Existem dúvidas substanciais sobre a capacidade da montadora General Motors (GM) de sobreviver à atual crise econômica, disseram, nesta quinta-feira, auditores que avaliam a saúde financeira da empresa. "Prejuízos recorrentes, déficit de acionistas e dificuldades para gerar dinheiro para honrar seus compromissos levantam sérias dúvidas sobre a habilidade da empresa para prosseguir", afirma o relatório anual da Deloitte & Touche. Após o anúncio dos auditores, a GM informou que credores concordaram em não pressionar a empresa a pagar mais de US$ 6 bilhões, para que a companhia tenha mais chances de receber empréstimos do governo. A GM declarou na quinta-feira que se a empresa declarar concordata, as chances de fechar são grandes, já que a companhia pode não ter fundos suficientes para financiar sua reorganização. Além disso, a GM afirma que os consumidores podem relutar em comprar automóveis de montadoras em concordata. As vendas dos carros da empresa em fevereiro foram 53% menores do que em relação ao mesmo mês de 2008. Na semana passada, a GM declarou que perdeu US$ 30,9 bilhões em 2008 e avisou que 2009 seria um ano "de desafios". A empresa planeja cortar 47 mil empregos e disse que vai precisar de outros US$ 22,6 bilhões em empréstimos governamentais para sobreviver. A GM já recebeu US$ 13.4 bilhões do governo dos Estados Unidos. Analistas dizem que o mercado automobilístico atravessa sua pior crise em 27 anos. O diretor de operações da empresa, Fritz Henderson, disse que a GM europeia pode quebrar dentro de semanas, levando à demissão de até 300 mil pessoas, a menos que receba ajuda de governos do continente. Henderson disse que a GM europeia pode se ver sem dinheiro em caixa já em abril ou maio. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.