O setor sucroalcooleiro irá receber ajuda do governo para manter os estoques de álcool, como garantia de abastecimento do produto. O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Sergio Amaral, informou que o Ministério da Agricultura negocia com o setor o financiamento do estoque. "O Governo poderia dar uma equalização das taxas de juros, ou seja, ele cobriria uma parte dos juros do mercado para reduzir o custo do produtor na estocagem do álcool", afirmou Amaral. A negociação faz parte das discussões para a reativação do Programa Brasileiro do Álcool (Proálcool). Amaral quer garantias de abastecimento, em caso de haver um aumento substancial no preço internacional do açúcar, que poderia levar o produtor a desviar a produção de álcool para a de açúcar. O presidente da Associação Nacional dos Produtores de Álcool do Nordeste (Alco), Gustavo Maranhão, que esteve com o ministro na semana passada, calcula que o custo para o governo seria em torno de R$ 150 milhões para manter um estoque entre 1 e 2 bilhões de litros de álcool. Essa quantidade garante o abastecimento por 30 ou 60 dias. O governo também negocia a criação de uma Contribuição de Intervenção sobre Domínio Econômico (Cide) para regular os preços do açúcar e do álcool no mercado interno. A Cide seria usada para sobretaxar as exportações, sempre que houver risco de desabastecimento. A arrecadação seria destinada ao próprio setor. "Nós estamos neste ponto da conversa sobre o programa do álcool. Na verdade, o relançamento está mais nas mãos do setor privado do que propriamente nas mãos do Governo", afirmou Amaral. O ministro tem estimulado o setor sucroalcooleiro a se organizar e criar uma entidade nacional, que poderia administrar os recursos da Cide. Amaral lembrou que o primeiro passo para reativação do Proálcool foi dado pelo governo na semana passada com a redução das alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre automóveis. Os carros a álcool, em todas as categorias, ficaram com alíquotas menores, o que deve refletir no preço final ao consumidor. "É o primeiro empurrão", comentou.