RIO - O governo do estado do Rio corre contra o tempo para terminar as negociações com o Exército em torno da cessão do terreno, na Ilha do Fundão, campus da UFRJ, para a construção do centro de pesquisa e desenvolvimento da companhia francesa L'Oréal no País. O governo vai adquirir o terreno para então vendê-lo à empresa.
O empreendimento, sexto do tipo no mundo, terá investimento de R$ 70 milhões a R$ 100 milhões e o objetivo da empresa é começar as obras até o fim do primeiro trimestre do ano que vem. A expectativa é inaugurar o centro em outubro de 2014, segundo o diretor de pesquisa e inovação da L'Oréal no Brasil, Blaise Didillon.
O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços, Julio Bueno, afirmou ontem, após evento de apresentação do projeto de construção do centro de pesquisas, que o governo trabalha com a possibilidade de começar as obras em janeiro. Bueno se disse confiante nas negociações com o Exército.
"Estamos fazendo um acordo que consiga atender aos interesses do Exército e da empresa. Não é fácil fazer a negociação", afirmou Bueno, informando que a negociação envolve a construção de casas para o Exército pelo governo estadual.
O centro ficará na Ilha de Bom Jesus, próximo ao Parque Tecnológico da UFRJ. O projeto de construção do centro de pesquisa foi apresentado para uma plateia com a presença do presidente mundial da L'Oréal, Jean-Paul Agon, do presidente da multinacional no Brasil, Didier Tisserand, e do governador do Rio, Sérgio Cabral, que não deram entrevistas.
O centro pesquisará produtos para pele e de perfumaria, mas os cosméticos para o cabelo serão o foco principal. O empreendimento deverá começar suas atividades empregando 150 pesquisadores. Será o sexto centro de pesquisas da L'Oréal, empresa que faturou 20,3 bilhões de euros globalmente. Os outros ficam na França, nos Estados Unidos, no Japão, na China e na Índia.
Em discurso na cerimônia de ontem, o presidente mundial, Agon, justificou o investimento no Brasil. Segundo o executivo, o País é o terceiro maior mercado do mundo no setor de cosméticos, mas, no segmento de produtos para o cabelo, é o primeiro. "Será o mais moderno laboratório da L'Oréal no mundo", disse.