Governo faz festa e projeta expansão de até 5% para o ano

Mantega e Bernardo, porém, divergem sobre o ritmo da atividade econômica durante o segundo semestre

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Brasília - O desempenho da economia no segundo trimestre foi comemorado pela equipe econômica. Os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Planejamento, Paulo Bernardo, afirmaram que os números reforçam a projeção do governo de um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) entre 4,5% e 5% este ano. Mantega disse que o resultado consolida o maior ciclo de crescimento econômico desde a década de 90. São 22 trimestres consecutivos de expansão. Os dois ministros, no entanto, divergem nas previsões para o segundo semestre. Bernardo avaliou que a contribuição do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para a expansão do PIB no primeiro semestre ainda foi pequena, mas acredita que será diferente nos demais trimestres de 2007. "Não tenho dúvidas de que o PAC vai ajudar a puxar o crescimento", disse ao Estado. Ele destacou que, segundo um estudo encomendado a um instituto de pesquisa, o PAC pode ajudar com um ponto porcentual no crescimento do PIB. Bernardo contou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficou "satisfeito" com o desempenho do PIB, especialmente pelo fato de o crescimento continuar sendo puxado pelo aumento do consumo das famílias. "Nós fizemos a política correta nesses quatro anos e meio de governo", disse Lula. O ministro do Planejamento também apontou outros fatores que devem impulsionar o crescimento do PIB. Entre eles, o impacto das sucessivas quedas nos juros no primeiro semestre e a expectativa de resultado melhor da agricultura, que no segundo trimestre foi modesto, "como é natural". Ele também lembrou que no segundo semestre de 2006 a indústria automobilística foi afetada por uma greve. Agora, está batendo recorde de vendas, puxando o setor industrial. Ao contrário do colega, Mantega disse que não espera uma aceleração do crescimento no segundo semestre. Segundo ele, a economia continuará crescendo até o final do ano no mesmo ritmo de hoje. "Nem mais nem menos. A taxa mais provável para o ano é entre 4,7% e 4,8%". "Já estamos nessa velocidade. Não vai haver nem aceleração nem desaceleração." À noite, em Belo Horizonte, o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, afirmou que o resultado do PIB no segundo trimestre mostra com clareza os benefícios da estabilidade econômica vivida pelo País. "O Brasil viveu durante muitos anos uma estabilidade econômica e agora vem consolidando a estabilização de preços, o equilíbrio do balanço de pagamentos, a inflação convergindo para meta e adquire condições de crescer a taxas satisfatórias conforme a demanda da população." O presidente do BC não quis comentar o rumo da taxa de juros. Lembrou, apenas, que a visão do Comitê de Política Monetária (Copom) está expressa na ata da reunião da semana passada, que sai hoje.

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