ATENAS - O vice-ministro de Finanças da Grécia, Christos Staikouras, afirmou nesta terça-feira, 25, que o governo do país pode pedir aos bancos centrais da zona do euro que rolem dezenas de bilhões de euros em bônus soberanos gregos que estão em suas carteiras, para que a Grécia possa cobrir futuros déficits de financiamento.
Respondendo a uma questão feita por um parlamentar grego, Staikouras disse que tais déficits de financiamento podem surgir caso a Grécia não consiga cumprir suas metas de redução do déficit orçamentário, ou se os recursos levantados com a venda de ativos estatais ficarem abaixo do estimado. Ele também disse que talvez a Grécia tenha de tomar emprestado dos mercados mais do que os 10,6 bilhões de euros previstos atualmente para 2015 e 2016.
"Essa quantia pode potencialmente aumentar no caso do déficit primário e os recursos levantados com as privatizações ficarem aquém das metas que foram estabelecidas. Isso criaria a necessidade de cobrir o déficit de financiamento", disse o vice-ministro em uma carta datada de 19 de setembro, mas que veio a público hoje. "Com o objetivo de cobrir esse déficit de financiamento e como existem quase 28 bilhões de euros em bônus que vencem entre 2013 e 2016 e estão nas carteiras dos bancos centrais da zona do euro, a possibilidade de rolar essas dívidas será examinada", acrescentou.
Além da possibilidade de uma reestruturação da dívida grega que está na mão dos credores públicos, o país tem solicitado aos seus credores internacionais uma extensão de dois anos no prazo para o cumprimento das metas fiscais. Mas isso criaria uma necessidade adicional de financiamento. Segundo o ministro de Finanças grego, Yannis Stournaras, disse hoje, essa necessidade extra ficaria entre 13 bilhões e 15 bilhões de euros, menos do que uma estimativa anterior de 20 bilhões de euros feita anteriormente.
A Grécia espera que essa extensão no prazo para o cumprimento das metas fiscais seja aprovada na cúpula da União Europeia no mês que vem, e o país afirma que a necessidade adicional de financiamento não custará nada aos seus parceiros europeus. Segundo autoridades do governo grego, o país pode aumentar suas emissões de títulos de curto prazo, além de acessar uma linha do Fundo Monetário Internacional (FMI), que já está separada para o país. As informações são da Dow Jones.