Lançado em agosto de 2023, o Plano de Transformação do Grupo Casas Bahia apresenta resultados que reiteram a força e a resiliência da tradicional rede varejista. “É uma agenda orientada pela premissa de ‘fazer o básico bem feito’, com foco em rentabilidade, eficiência operacional, geração de caixa livre e retorno ao core business”, descreve o CEO, Renato Franklin. “Essa transformação já deixou de ser promessa para se tornar entrega efetiva.”
O plano foi baseado na decisão de enfatizar o negócio principal da companhia – eletroeletrônicos, móveis e crediário –, com eliminação de projetos não essenciais. Houve um enxugamento da operação, com corte de 42% dos cargos de alta liderança e fechamento de 70 lojas.
A eficiência foi reforçada com investimentos em logística e diminuição de 30% nos gastos de marketing sobre a receita.
Em setembro de 2023, o Grupo Casas Bahia reforçou o caixa em R$ 622 milhões por meio de um follow-on (oferta de ações feita por empresa que já tem capital aberto). Cinco meses depois, realizou um alongamento da dívida de R$ 1,5 bilhão. Acordos com instituições financeiras preservaram R$ 4,3 bilhões em caixa até 2027.
Ciclo de crescimento
Além do foco nos negócios tradicionais do grupo, o clima de retorno às origens foi reforçado pela retomada do slogan “Dedicação total a você”. Outro símbolo dessa relação é o crediário, inventado na década de 1960 pelo Grupo Casas Bahia como estratégia para conceder crédito à população de baixa renda. A carteira de crédito atingiu quase R$ 6,2 bilhões em 2024, crescimento de 15% em relação ao ano anterior.
Modernizada pelo Plano de Transformação, a oferta de crédito foi digitalizada, com a adoção do Carnê Digital, e integrada à plataforma banQi, que oferece contas digitais gratuitas e possibilita a realização de empréstimos, saques e depósitos nas lojas do Grupo.
O Grupo vem atuando para consolidar a liderança omnicanal no setor varejista, modelo reforçado pela crescente integração entre e-commerce, lojas físicas e canais alternativos. A plataforma CasasBahia Ads foi lançada para monetização do inventário digital, enquanto a experiência do cliente foi aprimorada com o App 2.0, que disponibiliza recursos como atendimento em Libras e busca por voz.
Essa soma de ações levou à conclusão do processo de recuperação extrajudicial, em agosto de 2024. Com o sucesso do Plano de Transformação, a administração descarta a recuperação judicial. É um cenário que coloca o Grupo Casas Bahia diante de um novo ciclo de crescimento.