Há décadas, País está sem 'visão de planejamento'

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Por Redação

Gustavo Rocha, diretor-presidente e de relações com investidores da Invepar, grupo de empresas com pesados investimentos em concessões de transportes, acha que o Brasil perdeu a visão de planejamento de infraestrutura que havia na década de 70, e apenas agora começa a retomá-la. "Agora, com a EPL (Empresa de Planejamento e Logística), há a expectativa consistente de um mercado de projetos de médio e longo prazos." A Invepar, associação entre a OAS e os três maiores fundos de pensão (Previ, Petros e Funcef), ganhou a concessão do Aeroporto de Guarulhos, tem várias concessões de aeroportos e administra o metrô do Rio. De 2009 a 2012, a Invepar investiu R$ 3,5 bilhões.Para Rocha, um dos gargalos para o Brasil avançar na infraestrutura é a falta de projetos - ligada à carência de profissionais e empresas da área, quando comparados com o volume da demanda. "O Brasil ficou 25 a 30 anos sem fazer, e o ruim de não fazer não é apenas o que não foi feito, é também que se desaprende como faz", diz Rocha.Um passo positivo, segundo o executivo, são as "manifestações de interesse público", pelas quais o setor privado pode propor obras e projetos. O projeto de implantação e operação do corredor expresso Transolímpica, no Rio, e a Rota do Atlântico, em Pernambuco, são projetos derivados de manifestação de interesse público, aponta Rocha. Renato Vale, presidente da CCR, que tem várias concessões rodoviárias, preocupa-se com a chamada "inversão de fase", que, segundo ele, prevaleceu em quase todas as concessões rodoviárias a partir de 2007 e 2008. Na inversão de fase, a empresa coloca a proposta econômica antes da avaliação da sua qualificação. "Definido qual é o menor preço, fica praticamente impossível para o poder concedente fazer qualquer avaliação, e ele vai ter de entregar o projeto para aquele que deu o menor preço", critica Vale. Para ele, dessa forma "só será verificado se a empresa tem a devida qualificação três ou quatro anos depois, quando ela não 'performar'".Julio Fontana Neto, diretor-presidente da Rumo Logística, empresa do Grupo Cosan voltado à logística intermodal na exportação de açúcar e outros granéis sólidos, está otimista com o modelo de concessão ferroviária. "A gente tem tudo para ser o tal do operador ferroviário independente." /F.D.

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