A proteção do meio ambiente feita pelo Ibama vai depender da captação de financiamentos estrangeiros e da venda de prédios do próprio instituto para ser concretizada. O Ibama não saiu ileso dos cortes no Orçamento. Dos R$ 300 milhões previstos para bancar todos os custos e programas do órgão, está previsto um contingenciamento de aproximadamente 30%. De todos as ações previstas para este ano, o único programa que não tem previsão de ser cortado é aquele voltado ao combate contra o desmatamento na Amazônia.
Já está decidido que o Ibama vai bater na porta do Banco Mundial e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Outra fonte potencial é o Fundo Amazônia. Gerenciado pelo BNDES, esse fundo é alimentado por doações feitas pelos governos de diversos países, com o propósito de financiar ações de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento na Amazônia. O Ibama já conseguiu investimentos não reembolsáveis de R$ 16 milhões com o fundo para tocar as operações do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo).
“O contingenciamento pega todo mundo, mas o que o Ministério do Meio Ambiente nos garantiu é que não haverá falta de recursos para o combate ao desmatamento”, disse a presidente do Ibama, Marilene Ramos. Os dados do Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), apontam que a região da Amazônia Legal teve 362 km² de florestas totalmente desmatadas entre fevereiro e abril de 2015. O total de áreas com alterações florestais no trimestre chegou a 542 km², um aumento de 60% em relação aos 338 km² de alterações florestais detectadas no mesmo período em 2014. “Estamos extremamente preocupados com isso. Ainda temos dois meses pela frente do período mais crítico de desmatamento e temos de intensificar nossas ações”, disse.
Um “escritório de projetos” será montado no Ibama para requerer os financiamentos, já que é a partir desses programas que o instituto pode solicitar o patrocínio. “Vamos apresentar uma carteira nova de projetos”, comentou Marilene.
Economias. Sobre a venda de prédios do Ibama, será feito um levantamento nacional sobre estruturas pouco usadas ou até mesmo fechadas, para serem avaliados e licitados.
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