A inflação de 4,46% medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2007, bem acima dos 3,14% apurados em 2006, inverte a tendência de recuo do índice iniciada em 2003, destacou a coordenadora de índices de preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos. Em 2002, a inflação pelo IPCA foi de 12,53%, pressionada pelo choque cambial. Recuou para 9,30% em 2003; 7,60% em 2004; 5,69% em 2005 e para 3,14% em 2006, quebrando a trajetória consecutiva de desaceleração em 2007. "No início do ano passado, a impressão era de um quadro inflacionário convergindo para números cada vez menores", lembrou Eulina. Os produtos alimentícios foram os responsáveis pela quebra na expectativa, levando a inflação de 2007 a encostar no centro da meta definida pelo Banco Central, de 4,5%. Histórico de metas Desde o início do sistema de metas de inflação, em 1999, o IPCA ficou no centro da meta, ou abaixo, por três vezes, incluindo o ano de 2007. Em 1999, a meta era de 8% e o IPCA ficou em 8,94%, no intervalo superior da banda de dois pontos porcentuais. Em 2000, a meta estipulada foi de 6%, com IPCA no ano de 5,97%. A meta não foi cumprida em 2001 (4% de meta e IPCA de 7,67%), em 2002 (meta de 3,5% e IPCA de 12,53%) e em 2003 (meta de 3,25%, ajustada posteriormente para 8,50% e IPCA de 9,30%). O índice esbarrou na banda superior em 2004 (meta de 3,75%, ajustada pelo Conselho Monetário Nacional para 5,50% e IPCA de 7,60%, dentro do intervalo superior de 2,5 pontos porcentuais) e ficou também acima do centro da meta, mas abaixo da banda superior em 2005 (meta inicial de 4,50%, ajustada para 5,10%, com IPCA efetivo de 5,69%). Em 2006, o melhor ano no que diz respeito ao sistema de metas, o IPCA ficou em 3,14%, bem abaixo da meta de 4,50%. Em 2007, as expectativas iniciais apontavam uma inflação próxima do ano anterior e ainda bem abaixo da meta de 4,5%, mas o resultado efetivo, divulgado hoje, foi de 4,46%.