A renda real média dos trabalhadores em abril, de R$ 1,208,10, é a mais alta deste outubro de 2002, quando foi de R$ 1.224,48, e a maior para meses de abril desde 2002, quando era de R$ 1.228,36. Os dados foram divulgados hoje pelo IBGE. "O trabalhador ainda não recuperou a renda habitual de 2002", disse o gerente da Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE, Cimar Azeredo. Ele observou que em São Paulo, região metropolitana de mais alta renda média entre as seis observadas pela pesquisa do IBGE, ficou praticamente estável, com leve redução do rendimento médio real de 0,2% em abril em relação a março, para R$ 1.330,50. Azeredo atribuiu essa redução à grande contratação de trabalhadores com carteira de trabalho assinada pelo setor privado em São Paulo, estimada em 114 mil trabalhadores. "Entrou gente nova", disse Azeredo, referindo-se a trabalhadores em primeiro emprego, que normalmente ganham menos e devem ter levado a média de rendimento para baixo. Os empregados no setor privado com carteira de trabalho assinada, excluindo empregados domésticos, nas seis regiões pesquisadas aumentaram sua participação na população que trabalha de 42,1% em abril de 2007 para 44,3% em abril deste ano, divulgou o IBGE. Em abril de 2002, no início da série da pesquisa de emprego do IBGE, esse porcentual era de 40,3%. "Um aumento de quatro pontos percentuais é muito significativo", frisou. "Algumas pessoas arriscam dizer que é o boom da carteira assinada, mas a gente não chega a tanto", disse Azeredo, completando que ainda é muito grande o contingente de trabalhadores no setor privado sem carteira de trabalho assinada e que, em sua maioria, segundo ele, não contribui para a Previdência Social. Somando os empregados com carteira assinada no setor privado aos militares e funcionários públicos estatutários, dá 54,9% da população ocupada, o mais alta percentual de toda a série da Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE, iniciada em 2002.