Inadimplência impediu queda de juros, segundo BC

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Por Agencia Estado
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A inadimplência elevada tem impedido a queda na taxa de juros dos empréstimos concedidos pelos bancos às pessoas físicas. Isso fica claro na nota divulgada, nesta quarta-feira, pelo Banco Central sobre o comportamento dos juros e do spread bancário no mês de abril. A taxa de inadimplência das pessoas físicas alcançou 15,1%, o nível mais alto desde junho de 2000. Com uma taxa tão elevada, o comportamento da taxa de juros é praticamente estável. O BC registrou uma pequena elevação no cheque especial, que passou de 159,6% ao ano em março para 159,7% ao ano em abril, e uma queda de apenas 0,5 ponto porcentual no crédito pessoal, que ficou em 83,1% ao ano no mês de abril. O chefe do departamento Econômico do Banco Central (Depec), Altamir Lopes, atribuiu o aumento da inadimplência à queda na renda das pessoas. Com menos dinheiro no bolso, conseqüência da desaceleração da economia frente aos diversos choques dos últimos meses como o atentado terrorista nos Estados Unidos e a crise da Argentina, quem pegou dinheiro emprestado não teve como pagar. Só que taxas de juros elevadas também levam ao aumento da inadimplência e, para sair desse círculo vicioso, só com a economia crescendo em ritmo mais acelerado que o atual. De acordo com a nota do BC ocorreu também queda na taxa de juros verificada nos empréstimos para a compra de veículos. A taxa de juros nessa modalidade caiu de 40,8% registrados em março para 37,1% em abril. De acordo com o chefe do Depec a queda da taxa de juros para a aquisição de veículos só não foi maior porque nessa modalidade também estão incluídos as negociações com veículos usados que, tradicionalmente, têm taxas mais elevadas. ?As promoções são geralmente para veículos zero?, destacou. Com relação ao volume de recursos para as operações de crédito livres, ou seja, de direcionamento não obrigatório pelas instituições financeiras, o crescimento foi praticamente insignificante. No final de abril o BC registrou um volume de crédito disponível da ordem de R$ 199,5 bilhões, apenas 1,2% acima do verificado em março. Para as pessoas jurídicas o destaque é com relação as operações chamadas de ?hot money?, empréstimos de curtíssimo prazo. As concessões, em abril, aumentaram muito nessa modalidade de crédito. Em termos de volume, no entanto, ela não é representativa das operações destinadas às empresas. Do estoque de recursos emprestados em abril para as pessoas jurídicas, da ordem de R$ 124,2 bilhões, apenas R$ 601 milhões foram registrados como ?hot money?. Em março estas operações envolviam recursos da ordem de R$ 447 milhões.

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