Inflação entre 4% e 5% está dentro da normalidade para o Plano Real, diz Haddad

Segundo ele, o câmbio pressionou a inflação nos últimos meses, mas há expectativa de estabilização dos preços

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Foto do author Fernanda Trisotto
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Brasília - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira, 17, que o Brasil tem uma inflação em torno de 4% a 5% e que está “relativamente” dentro da normalidade para o Plano Real, reforçando que o País deixou para trás o período em que os indicadores de preço superavam o patamar dos dois dígitos. Ele lembrou, ainda, que o câmbio e a valorização do dólar no mundo pressionaram a inflação. Isso exigiu a ação do Banco Central, que adotou uma política monetária contracionista para controlar a inflação. Com a valorização do real ante o dólar nas últimas semanas, o ministro espera uma estabilização nos preços.

Ele participa do painel “Um caminho para a resiliência dos Mercados Emergentes” na Conferência do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Al-Ula, na Arábia Saudita.

HADDAD  BRASÍLIA DF 29.01.2025 HADDAD/EMPRÉSTIMO CONSIGNADO  POLÍTICA - O ministro da fazenda Fernando Hadad acompanhado do ministro do trabalho Paulo Marinho e o presidente da Febraban Isaac Sidney, durante entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira 29 no Palácio do Planalto em Brasília, onde anunciou novas regras para empréstimo consignado para o sistema de CLT, após participar de reunião  com o  presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) FOTO: WILTON JUNIOR/ESTADÃO Foto: WILTON JUNIOR

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Ele defendeu, ainda, a reforma tributária sobre o sistema de consumo e disse que o ajuste fiscal que está em curso não é recessivo. No entendimento do ministro, esse ajuste garantiu uma taxa de crescimento próxima de 3,5% em 2024, mesmo com a elevação dos juros para garantir a convergência da inflação à meta. “O aumento das taxas será no curto prazo. O dólar voltou a um nível adequado e caiu 10% nos últimos 60 dias. Acho que isso vai fazer com que a inflação se estabilize”, afirmou.

Ao iniciar sua fala, Haddad defendeu que o Brasil trabalha para encontrar um caminho de equilíbrio e sustentabilidade, mesmo encarando um ajuste fiscal importante e em meio a adversidades do cenário externo, como o fortalecimento do dólar.

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O ministro também falou sobre a presidência do Brasil no G-20, reforçando que o País defendeu uma reglobalização sustentável, não só dirigida pelos interesses de mercado, mas também pelo combate às desigualdades regionais e à distribuição de oportunidades econômicas.

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, que mediou o debate, reforçou no início de sua fala que o foco na resiliência ganhou relevância nos últimos anos com o aumento da frequência e intensidade dos choques. Por isso, defendeu que as economias tenham capacidade para antecipá-los e também para absorver esses impactos.