Investidores buscam sinais de esperança na AL

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Por Agencia Estado
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Segundo o jornal Financial Times, em meio a sinais de que os EUA e o Fundo Monetário Internacional (FMI) estão vendo de forma positiva a possibilidade de conceder capital adicional tanto para o Brasil como para o Uruguai, o desânimo alterou-se após o real subir mais de 15% no final da semana passada. A questão agora é se isso marca uma trajetória de mudança, questiona o jornal britânico. A incerteza política antes das eleições de outubro e a dinâmica da dívida têm sido as principais preocupações do mercado. Apesar de parte do pânico da semana passada ter sido superada, a instabilidade é virtualmente inevitável, com a crise na Argentina e a incerteza política no Brasil, o que deixa os investidores e bancos mais cautelosos em relação à América Latina, disse o FT. As empresas, na necessidade de rolarem sua obrigações de dívida, enfrentam a rejeição dos credores. A liquidez tem sido tão escassa que até mesmo transações relativamente pequenas resultaram em bruscos movimentos de preço, um fato que ajuda a explicar o colapso do real para baixas recordes na última segunda, terça e quarta-feira. O secretário geral da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal), José Antonio Ocampo, e seus colegas estão preocupados com o fluxo de saída de capital da América Latina desde a crise asiática em 1997. A quantia de caixa recebido em entradas de empréstimos e investimentos tem sido bem menor do que a quantia em pagamentos, juros e dividendos, segundo ele. Em relatório publicado na semana passada, a Cepal estima que em 2002 essa diferença totalizará US$ 7 bilhões, cerca de 0,4% do PIB regional. Após a crise da dívida, a diferença excedeu 3% do PIB mas está aumentando (de -0,1% em 2000 e -0,3% em 2001) e a preocupação é que possa subir mais, devido à desaceleração no investimento direto estrangeiro. Já existe uma brusca queda, de uma alta de mais de US$ 80 bilhões em 1999 para US$ 65 bilhões em 2001 e um valor estimado de US$ 40 bilhões este ano. As indicações, no entanto, são de que o declínio poderá ser ainda maior caso cresça a aversão ao risco, acrescenta o FT. Certamente sinais recentes decorrentes do Brasil, que representa quase três quartos de todo investimento direto na América Latina, não são encorajadores, disse o diário britânico.

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