Os investimentos para implantar a quarta geração (4G) da telefonia móvel no País devem começar sem o compartilhamento de infraestrutura pelas operadoras. O uso conjunto de bases, torres e antenas é um desejo do governo federal, que enxerga redução de custos com a ação. Um entendimento entre as grandes operadoras, entretanto, ainda está longe de ser alcançado, disse ontem o presidente da Oi, Francisco Valim. "Compartilhar depende de querer e fazer. É uma prática necessária no Brasil. Mas a discussão ainda está no querer", disse, durante a apresentação do balanço da companhia no segundo trimestre. A Oi sinalizou que não pretende esperar um acordo para tocar os planos no 4G, já que deverá cobrir seis cidades até a Copa das Confederações, em 2013. Embora seja favorável a compartilhar redes no 4G, Valim diz que fazer o mesmo com a estrutura atual (3G) é complexo e mais caro do que instalar novas torres. O Ministério das Comunicações estuda forçar as companhias do setor a abrir espaço às concorrentes em suas infraestruturas. Valim evitou falar de expectativas sobre a liberação pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) da venda de chips da empresa bloqueada em cinco estados a partir de 23 de julho. A operadora descarta um impacto relevante da medida em seu negócio no ano de 2012. O plano apresentado à agência na semana passada manteve a previsão de R$ 24 bilhões em investimentos de 2012 a 2015. Resultados. No segundo trimestre, a Oi registrou um lucro líquido de R$ 64,1 milhões, queda de 82,8% em relação aos R$ 373,6 milhões do mesmo período de 2011. A receita líquida somou R$ 6,9 bilhões, uma queda de 2,4% na comparação com o mesmo período do ano passado.O desempenho veio abaixo das expectativas e derrubou as ações da operadora. A companhia atribuiu o resultado negativo a efeitos contábeis de sua reestruturação societária, aprovada em fevereiro.