<i>NY Times</i> teme efeito cascata da crise brasileira

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Por Agencia Estado
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Em sua edição de ontem, o jornal The New York Times faz uma longa análise sobre a situação brasileira, onde manifesta o receio de que o agravamento de nossos problemas provoque sérios reflexos na economia de todo o mundo. O jornal reconhece ainda que os Estados Unidos enfrentam um problema de credibilidade externa, a partir da quebra da Enron, o que provocou a redução de investimentos europeus e asiáticos no país. Missão O´Neill Segundo o Times, o secretário do Tesouro Paul O´Neill, que ontem reuniu-se no Rio de Janeiro com o ministro Pedro Malan e com o presidente do Banco Central Armínio Fraga, e hoje será recebido em Brasília pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, se limitará em sua visita a expressar "palavras de conforto" ao governo brasileiro. Para o jornal, ao contrário da recessão argentina, que causou poucos danos internacionais, a situação do Brasil é diferente. "Seus tentáculos econômicos alcançam toda a América Latina e vão além. O colapso brasileiro contribuiria para arrastar a economia global." A questão, de acordo é se o efeito cascata será ainda maior em função das perdas de grandes companhias e de grandes bancos, o que está servindo para bloquear a economia mundial. Receio das empresas Citando estrategistas de Wall Street, o jornal diz que empresas americanas instaladas no Brasil, a começar pela General Motors, que tem mais de 55 bilhões de dólares em ativos no País, até agora não encontraram qualquer indício concreto de apoio internacional ao governo brasileiro. Acrescentaram que as próprias negociações com o FMI são difíceis. E lembraram que o secretário O´Neill já advertiu que não há receitas mágicas. Agravante da crise De acordo com o correspondente da Globo News em Nova York, Argemiro Ferreira, o cenário latino-americano preocupa o governo de Washington num momento em que europeus e asiáticos, em especial os japoneses, cortam seus investimentos nos Estados Unidos, por causa dos escândalos de fraudes nas corporações. O investimento externo direto, que em 2000 chegou a 301 bilhões de dólares, caiu para 124 bilhões em 2001, e iniciou 2002 em ritmo ainda menor, segundo os dados divulgados pelo Departamento de Comércio americano.

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