O Japão quer o estabelecimento de uma zona de livre comércio mundial para o setor automobilístico. A proposta foi apresentada à Organização Mundial do Comércio (OMC) e os japoneses garantiram que o Brasil, por contar com um parque industrial significativo, será convidado a participar de forma ativa das negociações. A idéia dos japoneses é de que, a partir do final de 2004, as tarifas de importação para carros, caminhões e autopeças comecem a ser reduzidas, até que seja criado uma zona de livre comércio. O Japão, obviamente, seria um dos maiores beneficiados com esse esquema, já que não tem tarifas de importação para veículos e é o segundo maior exportador de carros no mundo. Quem gostou também da idéia foram os Estados Unidos, que também não cobram tarifas para a importação de carros de passeio, mas contam com uma tarifa de 25% para a importação de caminhões. Na Europa, a estimativa é de que uma zona de livre comércio mundial para o setor geraria uma redução no preço final dos veículos. Atualmente, os europeus cobram uma tarifa de 10% sobre carros de passeio e de 22% sobre caminhões. Diplomatas brasileiros garantem que ainda não foram procurados pelas autoridades japonesas sobre a proposta. A liberalização de produtos industriais não é prioridade na agenda brasileira na OMC, mas o governo indicou que poderá estudar a proposta se concessões forem feitas no mercado agrícola japonês, um dos mais protegidos em todo o mundo. Mas algumas empresas no Brasil podem se interessar pela idéia japonesa. Uma delas poderá ser a Fiat, que vem exportando motores de sua fábrica em Betim (MG) para a Itália. Um acordo de livre comércio, portanto, favoreceria essas vendas. Além das exportações da Fiat, o Brasil concentra suas vendas de veículos para o México, Venezuela e Chile, além dos parceiros no Mercosul.