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JBS diz não ter prazo para compra de ativos da Doux

Grupo arrendou unidades de abate de aves do grupo francês; unidade do interior gaúcho foi reaberta ontem

Por Tassia Kastner e PORTO ALEGRE

O presidente do grupo JBS, Wesley Batista, disse ontem que não há prazo para que a empresa decida pela compra dos ativos da multinacional francesa Doux Frangosul, que desde o mês passado estão alugados à companhia. O prazo de locação é de dez anos e prevê uma opção de compra dos ativos. Em dificuldades financeiras, a Doux foi obrigada a interromper a produção no Brasil em fevereiro."Contratamos uma auditoria para avaliar o passivo da empresa", disse Batista. Ele calcula que as dívidas da empresa podem estar na casa de R$ 1 bilhão. A JBS retomou ontem os abates de frangos na unidade da Doux Frangosul em Montenegro (RS). A cidade será a sede da JBS Aves Brasil, empresa criada pelo grupo para a administração de seu negócio de frango.O objetivo do negócio com a problemática Doux marcou uma oportunidade para a JBS estrear na produção de aves com escala. Hoje, 75% da produção das unidades da empresa francesa é exportada. A JBS tem planos de usar as marcas da Doux (LeBon e Frangosul), além da Swift, para crescer neste mercado.Com a reabertura da planta gaúcha, a empresa abateu ontem 260 mil frangos e espera atingir até 380 mil unidades até amanhã. Na semana que vem, a JBS retoma as atividades da unidade de Passo Fundo (RS). Somando as duas plantas de abate gaúcha à produção de Carapó (MS), a JBS espera produzir 850 mil frangos por dia, com a expectativa de atingir 1,1 milhão no primeiro trimestre do ano que vem.Em relação a outro ativo da Doux, a unidade de produção de suínos na cidade gaúcha de Caxias do Sul, Batista afirmou que a planta está sendo operada pela Brasil Foods e que a JBS ainda não decidiu se fará uso dela.Reativar as unidades exigirá investimento do grupo JBS. Foi necessário, além do pagamento aos integrados e pequenos fornecedores, injetar capital de giro na operação - esse processo de investimento se estenderá pelos próximos meses. O valor total a ser aplicado poderá chegar a R$ 300 milhões.A empresa poderá, se julgar conveniente, comprar os ativos da Doux no Brasil. Segundo afirmou Batista na época do fechamento do contrato de locação, a aquisição poderá ser feita por valor simbólico, uma vez que a compra exigiria que a JBS assumisse dívidas pesadas da operação do grupo francês. Na França. O executivo já deixou claro que, apesar de a JBS ter estendido sua atuação internacional nos últimos anos, não há qualquer interesse do grupo pelas operação da Doux na França. Maior produtora de aves da Europa, o Doux entrou em concordata, por seis meses, no último dia 1.º de junho. / COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

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