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Auxílio Brasil, inflação e desemprego podem definir cenário da eleição presidencial

Ao contrário do que as pesquisas mostravam até julho, sinais são de que a eleição deverá ser bastante competitiva entre Lula e Bolsonaro

colunista convidado
Foto do author José Márcio de Camargo
Por José Márcio de Camargo
Atualização:

AGenial Investimentos divulgou na semana passada a pesquisa eleitoral Genial/Quaest referente ao mês de agosto, realizada entre os dias 28 e 31 de julho. Após mais de um ano sem grandes mudanças, os dados de agosto começam a mostrar movimentos importantes, tanto na avaliação do governo quanto nas intenções de voto nos principais candidatos.

A avaliação negativa do governo caiu de 47% para 44%, enquanto a avaliação positiva passou de 26% para 27% e a avaliação regular aumentou de 25% para 27% dos entrevistados. Uma queda de quatro pontos de porcentagem na diferença entre negativo e positivo. Essa melhora ocorreu de forma generalizada em todas as regiões, níveis de renda, níveis educacionais, religiões, faixas etárias, etc.

Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro devem protagonizar uma disputa acirrada na corrida presidencial  Foto: AP

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Seguindo a melhora da avaliação do governo, houve uma diminuição da diferença em favor do ex-presidente Lula nas intenções de voto. Essa diminuição da diferença decorre do aumento das intenções de voto no presidente Bolsonaro e na queda das intenções de voto no ex-presidente Lula, e foi também generalizada.

Segundo a pesquisa, se a eleição fosse hoje os dois candidatos estariam técnica ou estatisticamente empatados em todas as regiões do País, exceto no Nordeste. Nessa região, o ex-presidente Lula mantém uma vantagem de 41 pontos de porcentagem (61% contra 20%).

Entre os eleitores que recebem Auxílio Brasil, que estão concentrados no Nordeste, a intenção de voto no ex-presidente Lula caiu dez pontos de porcentagem (de 62% para 52%), enquanto as intenções de voto no presidente Bolsonaro aumentaram dois pontos de porcentagem (de 27% para 29%) e os outros candidatos e indecisos aumentaram quatro pontos de porcentagem cada grupo. A diferença favorável ao ex-presidente Lula caiu 12 pontos de porcentagem, mesmo antes de os beneficiários terem recebido o aumento do valor do benefício.

Finalmente, refletindo a queda dos preços da gasolina, da energia e das telecomunicações por causa da diminuição da alíquota do ICMS e a forte queda do desemprego iniciada em janeiro de 2021, inflação e desemprego deixaram de ser considerados os problemas mais importantes pelos eleitores, sugerindo que, caso a tendência de melhora nos dados de inflação e desemprego persistam nos próximos meses, a economia poderá jogar a favor do presidente Bolsonaro.

Diante desses dados e ao contrário do que as pesquisas sinalizavam até julho, os sinais são de que a eleição deverá ser bastante competitiva. O cenário começa a se mexer.

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