Areia na engrenagem

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Por Redação

O resultado da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), em junho, divulgada nesta quarta-feira pelo IBGE, adicionou mais um pouco de areia na engrenagem da evolução da economia brasileira, no primeiro semestre do ano. Outros indicadores já apontavam para uma recuperação fraca frente a maio e meses anteriores. Se o comportamento da indústria, no período, confirma que o fundo do poço já foi atingido, também deixa mais claro que a recuperação não será acelerada.

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Depois de três quedas consecutivas, acumulando retração de 2,1%, entre março e maio, a produção industrial avançou 0,2% em junho, na comparação com maio. Mas, o resultado foi bem pior do que o esperado pelo mercado, que projetava alta de 0,8%, de acordo com a mediana das projeções colhidas pela Agência Estado. Em relação ao mesmo segundo trimestre de 2011, o recuo da indústria, no intervalo abril-junho, em 2012, chegou a 4,5%. No semestre, a perda foi de 3,8% sobre os números do primeiro semestre do ano passado.

A timidez da reação da indústria não deve ser avaliada apenas pelo modesto avanço médio da produção. É que os 0,2% de junho sobre maio não expressa um crescimento disseminado pelos setores industriais, visto que nem metade das atividades pesquisadas pelo IBGE registrou expansão. Na verdade, a tênue recuperação lança dúvidas sobre um eventual comportamento positivo em julho, acentuando as incertezas em relação ao nível e velocidade da retomada da indústria, no segundo semestre.

Com os resultados fracos da indústria em junho, a expectativa de que o crescimento da economia como um todo, no segundo trimestre, também passou por um esfriamento. As estimativas correntes, que apontavam para uma expansão um pouco acima de 0,5%, no período, já começam a ser revisadas para um pouco abaixo desse porcentual.

Também tem aumentado o contingente de adeptos da ideia de que a recuperação virá, mas, provavelmente, com menos intensidade e em menor velocidade do se imaginava há algum tempo. De todo modo, com a perspectiva de novos cortes na taxa básica de juros - justamente em resposta à recuperação mais fraca e mais lenta - e a redução dos estoques ainda prevalece a hipótese de que, no último trimestre de 2012, a economia estará rodado a bons 4% ao ano. Mas, depois da decepção da indústria em junho, já tem gente preferindo não apostar todas as fichas nessa possibilidade.

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