Os juros futuros de curto e médio prazos terminaram ontem entre a estabilidade e leve queda, enquanto os longos subiram em reação à ata da reunião da semana passada do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central. O documento não desfez o ceticismo sobre o futuro da inflação, cujo retorno ao centro da meta de 4,5% continua sendo considerado uma façanha. Na ata, ao levar em conta em seu cenário central o cumprimento da meta de superávit primário de 3% do PIB este ano, o BC mostrou que está contando com a ajuda de outros entes do governo para tal tarefa, o que o mercado vê como temerário, uma vez que até o momento não há nada de concreto em termos de ajuste fiscal que possa contribuir para desacelerar a inflação.Após a ata, a avaliação é a de que o ritmo de alta da Selic em 0,50 ponto porcentual deve se manter, o que provocou redução das apostas na aceleração do ritmo de aperto da taxa básica no encontro do Copom em março. O juro para abril de 2011 ficou estável em 11,39%. A taxa para janeiro de 2012 também permaneceu em 12,48% e, para janeiro de 2017, avançou a 12,61%, de 12,55%.A Bovespa descolou-se da alta dos índices acionários no exterior por causa do temor sobre possível impacto da inflação e do aperto monetário domésticos sobre o consumo. A Bolsa brasileira caiu 0,96%, aos 68.050,71 pontos. Em Nova York, o Dow Jones subiu 0,04%. o S&P500 avançou 0,22%; e o Nasdaq ganhou 0,58%. No câmbio, o BC fez leilão surpresa de contratos de swap reverso - o quarto em menos de duas semanas - e recolocou o dólar em alta, de 0,54%, a R$ 1,6780.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.