BRASÍLIA - Os juros do crédito rural deram um salto no primeiro mês do ano-safra 2015/2016. Dados do Banco Central divulgados nesta quarta-feira, 26, mostram que as taxas médias para pessoas físicas tiveram alta de 44,64% na comparação entre julho e igual mês do ano passado, subindo de 5,6% ao ano para 8,1% ao ano. Essa alta tem sido motivo de reclamação entre agricultores e pecuaristas, que se queixam ainda do aumento de exigências para a contratação de recursos, além de demora na análise de crédito.
As operações com taxas de mercado são as que mais têm pesado no bolso do produtor, tendo passado de 14,6% ao ano para 18,4%. Nas operações subsidiadas, subiram de 5,4% para 7,7% e ainda se mantêm abaixo do nível máximo definido pelo Plano Safra atual, cuja taxa pode chegar a até 8,75% ao ano. Para as empresas, que representam a menor fatia de contratantes de crédito rural, as taxas médias passaram de 8,2% em julho do ano passado para 9,8% no mês passado. Os juros de mercado passaram de 16,8% ao ano para 17% nessa base de comparação. Já as taxas controladas subiram de 5,6% para 8,6%.
O endividamento do produtor, somado ao cenário econômico e problemas pontuais de clima, levaram ainda a um ligeiro aumento da inadimplência, que passou de 1,2% em julho do ano passado para 1,4% neste início de safra, um nível baixo comparado a outras modalidades de crédito. Entre as empresas, a inadimplência subiu de 0,4% para 0,8%.
Apesar da alta de juros e do cenário econômico, o produtor ampliou a demanda por crédito. As concessões de empréstimos para pessoas físicas dispararam no primeiro mês do Plano Safra 2015/2016. As operações com taxas de mercado cresceram 177,9% na comparação entre julho e igual mês do ano passado, chegando a R$ 328 milhões. As com taxas reguladas subiram 29,78%, atingindo R$ 7,020 bilhões.
Os dados do Banco Central mostram ainda crescimento de 7,65% na concessão de crédito rural para empresas na comparação entre julho de 2014 e igual mês do ano passado, ficando em R$ 4,435 bilhões. Esse movimento de alta foi puxado por liberação de recursos a taxas de mercado, que apresentaram alta de 102,5%, passando de R$ 359 milhões em julho do ano passado para R$ 727 milhões no mês passado. As concessões com taxas reguladas, no entanto, recuaram 1,41%, passando de R$ 3,761 bilhões para R$ 3,708 bilhões.