Juros futuros caem em dia de decisão do Copom

Hoje a expectativa de manutenção da taxa Selic em 10,75% foi reforçada pelo IPCA de novembro, que passou de 0,75% para 0,83%

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Por Redação
Atualização:

Os contratos futuros de juros abriram o dia em baixa, com o mercado à espera da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a Selic (a taxa básica de juros da economia). Mais cedo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 0,83% em novembro, ante 0,75% em outubro. O resultado ficou dentro das estimativas dos analistas, que esperavam inflação de 0,79% a 0,93%, com mediana de 0,87%. O IPCA deve dar ainda mais confiança à expectativa, solidificada no mercado, de que a Selic ficará em 10,75% ao ano após a decisão de hoje do Copom.

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De acordo com 62 de 65 instituições financeiras ouvidas pelo AE Projeções, a autoridade monetária deverá anunciar a manutenção da taxa neste encontro de transição do Copom, com a saída de Henrique Meirelles e a entrada de Alexandre Tombini no comando do Banco Central (BC). Na curva de juros, os curtos devem ficar estáveis ou trazer queda leve ao longo do dia. Nos longos, os Treasuries (títulos do Tesouro dos EUA), cujo juro no vencimento de dez anos apresenta queda leve, são a referência do dia. Mas a China antecipou a divulgação de dados econômicos e pode resgatar a apreensão sobre um aperto monetário ou novas medidas prudenciais no curto prazo.

A alta do IPCA de novembro é a maior mensal desde abril de 2005. Até o mês passado, o IPCA acumula altas de 5,25% no ano e de 5,63% em 12 meses. Mas os números não devem abalar a convicção quase plena do mercado de que a Selic ficará no nível em que está agora. Mesmo após as medidas de restrição ao crédito e de elevação do compulsório bancário, anunciadas pelo BC na última sexta-feira, três instituições financeiras que acreditavam em elevação da taxa básica de juros antes do anúncio do BC reiteraram essa expectativa.

Há diversas contas sobre o impacto das medidas de sexta-feira. Algumas instituições, como o Bradesco, calcularam que as iniciativas seriam equivalentes a um aperto monetário de 1 ponto porcentual. Outras casas bancárias e de negócios no mercado financeiro avaliaram impacto menor. Mas as determinações acabaram apenas consolidando que a Selic fica estável hoje.

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No IPCA, alimentos e bebidas subiram 2,22% e contribuíram com 0,51 ponto porcentual no índice, o que indica pressão maior neste momento em que as festas de fim de ano ampliam o consumo de comida. No IPCA-15, esse grupo tinha registrado avanço mais ameno, de 2,11%, e responderam por um fardo de 0,48 ponto porcentual na data.

Nesta manhã, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) informou que o Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) avançou 1,14% na primeira prévia do mês, acelerando 0,14 ponto porcentual ante o indicador imediatamente anterior, da quadrissemana encerrada em 30 de novembro, que ficou em 1,00%. Este foi o maior resultado desde a primeira semana de fevereiro de 2010. Segundo a fundação, a principal contribuição para a aceleração da alta dos preços no índice partiu do grupo Alimentação, cuja taxa passou de 2,27% no último resultado, de até 30 de novembro, para 2,72% nesta apuração.

Na China, o governo antecipou para sábado a divulgação de indicadores econômicos de novembro. O anúncio dos dados, que incluem números sobre inflação e investimentos, estava previsto para segunda-feira. Em setembro, a China também antecipou a divulgação dos dados. Na ocasião, a antecipação gerou especulações nos mercados sobre um possível aumento nas taxas de juros pelo Banco do Povo da China (PBOC, o banco central do país) naquele fim de semana.

No Brasil, às 10h07 (horário de Brasília), a taxa projetada pelo DI com vencimento em janeiro de 2012 apontava 12,03%, ante 12,05% de ontem. Já o contrato com vencimento em janeiro de 2013 apresentava taxa de 12,31%, ante 12,35% de ontem.

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