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Justiça determina que acionista da Alliar apague postagens no Twitter sobre Tanure

Descumprimento da ordem judicial pode levar a um pedido de prisão preventiva, conforme decisão

Foto do author Fernanda Guimarães
Por Fernanda Guimarães
Atualização:

Em uma briga que vem crescendo ao longo das últimas semanas pelo Twitter, o empresário Nelson Tanure, hoje o controlador da Alliar, rede de diagnósticos dona da marca CDB, conseguiu uma decisão favorável em uma batalha judicial contra um dos acionistas da companhia. O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) determinou que o gestor do fundo Esh Theta, Vladimir Timerman, apague de suas redes sociais todos os comentários que já fez direcionados ao empresário e à empresa.

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A ordem judicial atende um pedido da defesa de Tanure, feito pelos advogados Pablo Naves Testoni e Pierpaolo Cruz Bottini, no âmbito de um inquérito que investiga a denúncia de que Timerman praticou o “crime de perseguição”. Segundo os advogados, o gestor “promove sistemática perseguição, com inequívoca perturbação de sua privacidade”, de acordo com o pedido de inquérito. O descumprimento da ordem judicial pode levar a um pedido de prisão preventiva, de acordo com a decisão.

A juíza Tanis Amorim Fiuza, do Foro Criminal da Barra Funda, em São Paulo, também proibiu que Timerman entre em contato com Tanure, seja por ”eventuais contatos telefônicos, mensagens de e-mail, eletrônicas, telemáticas (...) inclusive se abstendo de realizar publicações/comentários em suas postagens em todas as suas redes sociais”.

O empresário Nelson Tanure comprou o controle da Alliar em abril deste ano Foto: Marcelo Tasso/Agência Estado

Nesta segunda-feira, 1, após a decisão, Timerman postou a parábola do beija-flor, que tem como moral a importância da perseverança e de cada um fazer sua parte frente a um problema. Até o momento as postagens ainda não tinham sido apagadas. Procurado, Timerman disse que ainda não foi notificado e que soube da decisão pela imprensa. Disse que o caso está sob sigilo da Justiça e que seus advogados analisarão o caso depois que tiverem acesso aos autos.

Histórico

Tanure assumiu o controle da Alliar em abril deste ano. Desembolsou R$ 1,25 bilhão por 63,28% da companhia, sendo que 37,96% foram adquiridos do bloco de controle. Desde então Timerman vem contestando o negócio, alegando que houve lesão aos acionistas minoritários da Alliar. Uma das acusações é de que o empresário teria cometido o crime de “insider trading” (uso de informação privilegiada).

Essa não é a única ação de Tanure contra Timerman na Justiça. está em curso uma ação por crimes de calúnia e difamação e uma arbitragem na Câmara do Mercado que busca o ressarcimento da ordem de R$ 130 milhões.

Do lado de Timerman há também ações em curso. O gestor entrou com uma notícia crime acusando Tanure de injúria racial e pede, na ação, a instauração de um inquérito policial. A ação decorre de uma audiência de conciliação entre Timerman e Tanure, na qual o empresário afirmou que o gestor, que é judeu, utiliza técnicas nazistas. Fora isso, há denúncias feitas pelo gestor à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

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