Lehman caminha rumo à liquidação, diz 'New York Times'

Segundo o jornal, as subsidiárias do Lehman permaneceriam solventes, enquanto a holding seria liquidada

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Por Agências internacionais
Atualização:

O banco de investimentos Lehman Brothers caminha rumo à liquidação, afirmou o The New York Times em seu site na internet, citando "pessoas informadas sobre o assunto". Segundo o jornal, as subsidiárias do Lehman permaneceriam solventes, enquanto a holding (companhia principal) seria liquidada.   Veja também: Crise não está perto do fim, dizem autoridades européias Bank of America negocia compra do Merrill Lynch Barclays abandona negociação para salvar Lehman Brothers Barclays pode voltar a negociar Lehman, informa jornal Cronologia do banco de investimentos Lehman Brothers   Um grupo de bancos forneceria um aporte para servir de garantia para companhias financeiras em perigo e, com isso, restaurar a confiança do mercado, enquanto o Lehman encerra suas operações. Além disso, o Federal Reserve aceitaria ativos de baixa qualidade como pagamento de financiamentos governamentais, segundo o Times.   O destino do Lehman ficou nebuloso neste domingo, quando o seu mais provável comprador, o Barclays PLC, informou aos reguladores federais que estava saindo das negociações para aquisição da empresa. O Lehman, de 158 anos, atravessa problemas financeiros decorrentes da crise imobiliária americana.   O governo dos Estados Unidos vinha se esquivando em colocar recursos fiscais em risco pelo Lehman. Segundo pessoas próximas às negociações, o motivo da saída do Barclays é a solicitação de que ele obtenha aprovação de seus acionistas antes de concordar em cobrir os contratos do Lehman com outras firmas financeiras. A organização de uma votação de acionistas levaria dias, ou mesmo semanas. Os reguladores norte-americanos devem saber disso, o que levantou a questão de por quê este pedido apenas surgiu no final das negociações.   Outro ponto que interrompe as negociações com o Barclays é a relutância dos reguladores americanos em financiar a aquisição ou a criação de um banco que concentraria os "ativos podres" do Lehman. O Bank of America, outro potencial comprador do Lehman, indicou na manhã de domingo que não estava interessado em realizar a compra sem o apoio do governo.   Reunião   A situação do Lehman Brothers é discutida neste final de semana por executivos do setor bancário e reguladores federais norte-americanos, na sede do Federal Reserve, em Nova York. As negociações estão sendo realizadas para se chegar a um acordo de como lidar com a crise no Lehman, o quarto maior banco de investimento norte-americano, que está lutando para sanar sua exposição ao mercado imobiliário norte-americano.   A reunião com autoridades econômicas dos Estados Unidos, entre elas o secretário do Tesouro, Henry Paulson, e representantes de cerca de 30 instituições financeiras de vários países começou na sexta-feira. No sábado, nenhuma conclusão havia sido anunciada, mas o resultado pode ser o desmembramento do banco de 158 anos com os ativos ruins formando uma instituição que poderia ser adquirida em fatias pelos rivais, segundo uma fonte. Se um acordo não for alcançado, a falência é possível.   A crise do Lehman apresenta uma situação delicada para o secretário do Tesouro, Henry Paulson, e para o Federal Reserve, que clamaram aos executivos de Wall Street uma solução de mercado para o banco de investimento. Neste ano, o governo patrocinou o resgate do Bear Stearns e das concessoras de crédito imobiliário Freddie Mac e Fannie Mae .   O governo não quer, ao socorrer um banco atrás do outro, ser acusado de encorajar uma tomada excessiva de risco. Mas ele também não pode permitir que o colapso do Lehman paralise o sistema financeiro global e aprofunde a crise de crédito. O chairman do Fed, Ben Bernanke, estava em Washington mas mantinha contato próximo com Nova York. Ele telefonou para autoridades de outros bancos centrais no sábado.

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