Aqui acredito que os trabalhos dentro de uma visão sistêmica podem ser extremamente úteis para lidar com essa questão. Primeiramente, o que faz com que a preocupação com o pertencimento seja tão grande? As pessoas encaram como ameaça qualquer coisa que caia fora de seus círculos de pertencimento. Assim, mudanças podem se tornar ameaçadoras por desafiar nosso senso de pertencimento.
É bem verdade que os sistemas estão em constante estado de emersão, mas quando não estamos atentos aos sinais das mudanças, a emersão pode se transformar em emergência. Pertencimento tem a ver com o sentimento de familiaridade, algo a que se está acostumado, relativamente previsível e com o qual posso contar/ confiar. Pertencimento, em sua raiz biológica mais profunda, toca no instinto de sobrevivência.
Diante de mudanças, o pertencimento pode se transformar numa fotografia congelada no tempo. Nosso trabalho com os times nas empresas pode passar por abrir espaço para explorar a diversidade e complexidade, um antídoto para a ameaça ao pertencimento.
É preciso trabalhar bem aí, nessa borda - entender qual a borda viável que consigo cruzar - seja como indivíduo, como equipe ou organização, comunidade ...
Parece complicado, mas individualmente precisamos FAZER PERGUNTAS PARA QUAIS NÃO TEMOS RESPOSTA, ou seja permanecer abertos e curiosos. Enquanto times, precisamos de espaços com segurança psicológica para explorar esse espaço do não saber, essas bordas. Precisamos aprender a dialogar com perguntas.
Quando não há muitas respostas conhecidas, precisamos explorar juntos para assim nos ajudar a dar sentido e assim ampliar nossas BORDAS.
Qual pergunta de duas palavras pode ajudar? Essa daqui:
E se...?
Pratique 20 minutos apenas de perguntas com seus times e veja o que acontece!
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