Lucro da Redecard cai no 4º trimestre, mas fica estável no ano

Companhia registrou um lucro 13,4% menor de outubro a dezembro do ano passado (R$ 348,7 milhões), mas encerrou 2010 com ganho de R$ 1,4 bilhão, avanço de 0,3%

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Por Altamiro Silva Junior (Broadcast) e da Agência Estado

A Redecard anunciou lucro líquido de R$ 348,7 milhões no quarto trimestre de 2010, uma queda de 13,4% ante igual período do ano passado e um aumento de 7,6% na comparação com o terceiro trimestre de 2010. A empresa também informou ganho de R$ 1,4 bilhão para o ano de 2010, expansão de 0,3% ante o ano anterior. O resultado foi apresentado no padrão contábil internacional IFRS.

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A geração de caixa medida pelo Ebitda ficou em R$ 548,7 milhões no quarto trimestre de 2010, queda de 12,4% na comparação com igual trimestre de 2009. No ano passado, o indicador ficou em R$ 2,2 bilhões, aumento de 0,8%. Já a margem líquida caiu no trimestre, refletindo o aumento da competição no setor desde a abertura do mercado de credenciamento, em julho do ano passado. Esse indicador fechou o quarto trimestre de 2010 em 39,3%, ante 46,3% em igual período do ano anterior.

A Redecard registrou maior volume de operações em seus terminais. A empresa capturou R$ 57,2 bilhões em transações com cartões de crédito e débito no quarto trimestre, representando um aumento de 30,1% sobre o registrado no mesmo período de 2009 e de 26,2% sobre o terceiro trimestre de 2010.

A razão do crescimento no faturamento da empresa foi a expansão do mercado de cartões de crédito, que teve alta de 20% nos volumes em 2010, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs). Além do crescimento do mercado, a Redecard passou a capturar transações no dia 1° de julho do ano passado para a bandeira Visa, o que aumentou o volume de operações em seus terminais.

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Já a receita operacional líquida da credenciadora fechou o trimestre em R$ 886,7 milhões, apresentando um crescimento de 2,1% sobre o mesmo período de 2009 e de 5% ante o trimestre anterior. A receita com operações de cartões de crédito cresceu 6% na comparação anual e as com débito subiram 29%.

A base instalada de terminais que fazem a leitura dos cartões (chamados de POS) da Redecard chegou a 1,145 milhão de aparelhos, expansão de 16% na comparação anual.

As despesas operacionais totalizaram R$ 144,1 milhões, representando um aumento de R$ 33 milhões ou 29,7% em relação ao quarto trimestre de 2009 e um aumento de R$ 1,3 milhão ou 0,9% em relação ao trimestre anterior. Somente as despesas com pessoal cresceram 63% na mesma base de comparação, em razão da maior preparação dos funcionários, treinamentos e preparação dos executivos da empresa para o novo cenário competitivo. As despesas administrativas cresceram 40%, também por conta do novo ambiente.

Credenciadora prevê crescimento de 20% no volume financeiro

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A Redecard espera um crescimento de pelo menos 20% no volume financeiro em 2011, afirmou o presidente da companhia, Roberto Medeiros. O porcentual é semelhante ao esperado para a expansão do mercado neste ano, segundo o executivo.

Medeiros destacou que no ano de 2010 a Redecard cresceu a taxas superiores à média do setor. No débito, a empresa registrou expansão de 22,1% em relação a 2009 e no crédito o aumento foi de 25,6%.

Com relação ao credenciamento, o presidente da Redecard espera um aumento de, no mínimo, 240 mil estabelecimentos neste ano, numa estimativa conservadora. Em 2010, foram 480 mil.

Após a mudança no mercado a partir do segundo semestre do ano passado, com o fim da exclusividade no credenciamento, a Redecard registrou queda nas margens, com redução nas taxas cobradas dos lojistas e maiores gastos operacionais.

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Medeiros espera que a companhia retome ganhos de eficiência a partir do segundo trimestre deste ano. "Tudo indica que nossos custos devem diminuir", afirmou durante entrevista coletiva para comentar os resultados de 2010. O executivo ponderou, contudo, que não espera que as margens retornem aos patamares de 2009.

Questionado sobre as taxas cobradas dos clientes, o presidente da Redecard afirmou que não espera que continuem em queda. Segundo o executivo, o posicionamento da Redecard é oferecer uma solução que ofereça preços competitivos, valorize inovação, segurança e agregue outros serviços. "Só baixar o preço não é nossa estratégia", ressaltou.

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