Esta coluna será a primeira de outras que terão a intenção de sugerir caminhos para o Brasil se reencontrar com o crescimento de forma sustentável, consistente e duradoura. Vamos iniciar com a abordagem da economia verde, um dos pilares para a construção dessa nova perspectiva.
A luta contra as mudanças climáticas se fortalece conforme os fenômenos da falta de chuvas e do aquecimento se agravam e se espalham por todo o planeta. O movimento é hoje um modelo de negócios com a adesão crescente de empresas, instituições multilaterais, governos e classe política.
Isso significa que a promoção do meio ambiente é um novo fator de crescimento econômico, na medida em que se capacita a gerar riqueza, empregos e investimentos. Pelo seu espírito de fazer o bem, inspira empreendedorismo e inovação.

A economia verde já é o futuro. Os Estados Unidos, a maior economia do mundo, que recentemente transformou em lei o Inflation Reduction Act, são uma referência poderosa. É uma lei que contém vários dispositivos para reduzir a inflação. O mais importante é a estratégia de baixar custos com investimentos em energia limpa, por meio de um colossal orçamento de US$ 369 bilhões. São recursos para a nova matriz energética, dentro dos propósitos de combate às mudanças climáticas. Boa parte do dinheiro será usado no incentivo à aquisição de veículos que não utilizem combustíveis fósseis, na modificação dos sistemas de energia das residências e em financiamento à produção de equipamentos para a redução do efeito estufa. O objetivo é a produção de energia mais barata e mais limpa.
O modelo mexe com toda a base da economia daquele país, e busca o crescimento sustentado.
Para o Brasil, esse novo enfoque dos EUA terá poder transformador, pois a pauta ambiental será um acelerador da economia, com novos padrões de eficiência e competitividade.
Há demandas em diferentes setores econômicos, que vão da troca da matriz energética até os investimentos para a preservação dos ativos florestais do País. A tecnologia será fundamental para apontar soluções ao correto aproveitamento dos recursos hídricos e das florestas.
Os EUA esperam que a mudança da matriz energética estimule a criação de companhias e empregos, com impactos diretos na indústria de fundos de investimento e ativos sustentáveis.
As possibilidades crescem à medida que o respeito ao meio ambiente e à sustentabilidade se torna um princípio orientador para pessoas, investidores e empresas. Nesse universo, por sua biodiversidade e clima, o Brasil tem uma oportunidade única.