O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar hoje o posicionamento das petrolíferas em relação aos biocombustíveis, em mensagem ao Conselho Econômico e Social das Nações Unidas (Ecosoc), reunido de maneira extraordinária em Nova York para discutir a crise alimentícia. Veja também: Entenda a crise dos alimentos Em mensagem dirigida ao presidente do Ecosoc e representante permanente do Haiti, o embaixador Léo Merores, Lula voltou a questionar a posição das multinacionais petrolíferas sobre os biocombustíveis. "É necessário desmascarar as campanhas movidas pelo protecionismo comercial e pelos interesses de grupos petroleiros, que tentam demonizar a produção de biocombustíveis", assinalou Lula no comunicado divulgado pela Presidência. Para o presidente, as petrolíferas atribuem aos biocombustíveis "a culpa pelo encarecimento dos alimentos e pelo aquecimento global e desconhecem, com isso, a bem-sucedida experiência brasileira com o etanol". Lula convidou governantes e cientistas para a Conferência Internacional dos Biocombustíveis, que será realizada em novembro deste ano em São Paulo. O governante afirmou que o combustível renovável é uma alternativa de desenvolvimento para os países pobres e negou que o Brasil tenha a intenção de impor seu modelo sobre os outros, pois "cada país tem sua realidade". "Os modelos adotados de forma crítica podem ajudar a resgatar países da insegurança alimentícia e energética", afirmou Lula, que voltou a defender que a alta do petróleo, os subsídios à produção e a mudança nos hábitos alimentícios são responsáveis pela escassez e alta no preço dos alimentos.