O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu prioridade à discussão de temas ligados à infra-estrutura sul-americana nas reuniões que manteve com os presidentes do Paraguai, Nicanor Frutos; do Uruguai, Jorge Battle; e da Bolívia, Carlos Mesa, informou na noite desta segunda-feira o secretário-geral do Ministério de Relações Exteriores, Samuel Pinheiro Guimarães. Lula recebeu os presidentes e o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, no gabinete montado no Anhembi, em São Paulo, onde se realiza a XI Conferência das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento (Unctad). Segundo Guimarães, na conversa com o presidente paraguaio, Lula tratou de temas como a construção de uma segunda ponte ligando Foz do Iguaçu e Ciudad del Este; a construção de uma rodovia até Porto Portillo e incentivos fiscais que o Brasil pretende conceder às empresas brasileiras investam no Paraguai. Todos esses projetos já faziam parte de acordos bilaterais que o Brasil assinou com o Paraguai no ano passado. De acordo com Guimarães, no encontro com o presidente boliviano foi dado ênfase a integração no campo energético, com a possibilidade da construção de uma usina termoelétrica na Bolívia, assim como a conclusão da usina termoelétrica de Cuiabá. Os dois países discutiram também a situação dos bolivianos irregulares no Brasil. "O presidente Mesa fez uma solicitação ao presidente Lula para que acelere os procedimentos de regularização da presença dos cidadãos bolivianos no Brasil", informou o secretario geral do Ministério de Relações Exteriores. O encontro com o presidente do Uruguai debateu a construção de uma linha de transmissão de energia elétrica que ligará os dois parceiros do Mercosul, a ser financiada pelo governo uruguaio. No campo político, Battle enfatizou a presença das forças de paz do Brasil e, possivelmente do Uruguai, no Haiti, sob o comando da ONNU. "O presidente Battle mencionou a importância de que essa participação (de países não desenvolvidos) venha a se configurar num contexto de apoio firme dos países desenvolvidos na reconstrução do Haiti", disse Guimarães.