BRASÍLIA - Anfitrião do jantar promovido neste domingo, 3, com o presidente Michel Temer para discutir a reforma da Previdência, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, disse que os líderes e presidentes de partidos convidados mostraram que tem um “compromisso” de trabalhar com suas bancadas ao longo da semana para verificar a viabilidade da votação ainda este ano. Maia citou que os partidos presentes somam 320 deputados, disse que alguns vão avaliar a possibilidade de fechamento de questão, mas preferiu não falar se vai marcar a data da votação mesmo sem a certeza dos votos.
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Segundo Maia, o encontro deste domingo serviu para “organizar” a base e deu certo otimismo para o governo. “Sai da reunião de hoje com uma expectativa muito grande de conseguir reunir os votos destes partidos, que somam mais de 320 votos. Acho que a gente passa de forma organizada a ter condições de trabalhar a votação da reforma da Previdência”, disse o presidente da Câmara.
Maia disse que não se tratou da parte mais individual do atendimento de demandas. O próprio presidente já avisou que pretende nesta semana participar das articulações e, segundo interlocutores, pediu um “pente-fino” das demandas e insatisfações para conquistar os votos.
Segundo Maia, os presidentes de partidos e os líderes ficarão de trazer até quarta-feira à noite - quando Temer fará um jantar no Alvorada - uma análise melhor.
“(Houve) o compromisso de todos os partidos em trabalhar suas bancadas, alguns fechando questão, outros mais no convencimento, mas com a certeza de que todos os partidos vão trabalhar de hoje até quarta, quinta-feira para que a gente possa na quarta de noite ou quinta de manhã ter um resultado, uma análise melhor de quantos votos a gente tem”, disse Maia.
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O ambiente no jantar, segundo Maia, mostrou que os aliados sabem da “importância e da urgência” da votação da proposta. “Com essa consciência acho que nosso trabalho fica mais fácil e o que tiver ao meu alcance, certamente ao alcance de todos os líderes, nós vamos fazer para que a gente aprove essa matéria”, afirmou.
Eleições. Em um discurso alinhado com o do presidente Michel Temer, Maia citou a importância da reforma para a continuidade da retomada da economia e disse que o discurso de que a reforma pode prejudicar os candidatos durante o ano eleitoral precisa ser mais bem avaliado.
Segundo ele, não aprovar a previdência “interessa a alguns, que certamente estão na oposição, que querem um cenário pior no processo eleitoral”. Maia disse ainda que a reforma também vem com o intuito de organizar as contas públicas e gerar condições melhores para as futuras gerações. “Essa votação, ao contrário do que alguns pensam, essa votação vai mostrar qual caminho que o Brasil vai caminhar”, disse.
Maia citou a reeleição da presidente Dilma Rousseff e a escolha de Joaquim Levy para comandar a economia e disse que na ocasião o mercado reagiu bem com expectativas positivas. Segundo ele, o mercado agora conta com essa aprovação.
“Temos hoje um caminho, em outro patamar claro, parecido com a expectativa que nós tínhamos quando Dilma foi reeleita nomeou Levy.Ali se gerou expectativa e essas expectativas geram rapidamente resultados, porque atores econômicos antecipam os resultados. Hoje o momento é parecido, está todo mundo gerando uma expectativa enorme que a taxa de desemprego possa fechar 2018 em 8%, que a gente tenha a menor taxa de juros da história”, disse.
Maia afirmou ainda que a reforma gerará expectativa para emprego, crescimento de 3% no próximo ano, e que se ela não avançar será uma sinalização negativa para os investidores. “Aqueles atores que estão apostando em 2018 melhor vão inverter as expectativas, frear investimentos e geração de empregos.”
Ao ser questionado se acreditava que já tinha votos para a aprovação, Maia disse que “não estou tratando de votos, estou tratando de expectativa”. “O compromisso dos lideres e dos presidentes de partidos com reformas ficou claro hoje. Espero que a gente tenha condições de votar a reforma esse ano”, reforçou.
Discurso oficial. Além do foco da necessidade econômica da reforma, o presidente da Câmara repetiu o discurso de que a reforma não vai tirar direitos e combate privilégios. Ao fim da entrevista, Maia disse ainda que ao longo da semana, conforme o avançar das conversas, vai decidir se marca ou não a data da votação.
Presentes no jantar
Dez ministros e seis presidentes de partidos participaram do jantar. Segundo a lista de presentes divulgada pelo Palácio do Planalto, estavam no encontro os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Henrique Meirelles (Fazenda), Maurício Quintella (Transportes), Osmar Terra (Desenvolvimento Social), Marcos Pereira (Indústria, Comércio Exterior e Serviços), Alexandre Baldy (Cidades), Antônio Imbassahy (Secretaria de Governo), Moreira Franco (Secretaria Geral), Gilberto Kassab (Ciência e Tecnologia), e Dyogo Oliveira (Planejamento). O secretário de Previdência Social do Ministério da Fazenda, Marcelo Caetano, também participou do encontro.
Os presidentes do partido presentes são: senador Ciro Nogueira (PP-PI), senador José Agripino (DEM-RN)), senador Eduardo Lopes (presidente interino do PRB-RJ), Pastor Everaldo (PSC-RJ), Roberto Jefferson (PTB), e Alberto Goldman (PSDB).
Também participaram os líderes do PSD, deputado Marcos Montes (MG); do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB); do governo no Congresso, deputado André Moura (PSC-SE); do PMDB, deputado Baleia Rossi (SP); do PR, deputado José Rocha (BA); do Solidariedade, deputado Áureo (RJ); do PMDB, deputado Darcísio Perondi (RS); do PSC na Câmara, Victório Galli (MT);os deputados Marcelo Squassoni (PRB-SP), Fernando Monteiro (PP-PE), Efraim Filho (DEM-PB); Carlos Henrique Gaguim (PODE-TO); Lelo Coimbra (PMDB-ES); Beto Mansur (PRB).
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