Mantega: G-20 consagra-se o fórum para discutir crise

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O Grupo dos 20 (G-20) consagrou-se como fórum adequado para encaminhar os problemas relacionados à crise mundial e a cúpula dos chefes de Estado e de governo gerou encaminhamentos práticos, afirmou o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Depois de participar do encontro do G-20 sobre mercado financeiro e economia mundial, em Washington, o ministrou citou a falta de ação entre os países na crise de 1929 e disse que "fica claro que não queremos cometer os mesmos erros que os nossos antecessores cometeram no passado". Segundo Mantega, "está claro para todo mundo que, agora, a solução é a sintonia, ação coordenada dos governos". Para o ministro, o maior avanço da cúpula foi a reunião dos principais líderes do mundo, em nível de presidentes e de primeiros-ministros, para a discutir a crise global e as soluções. Segundo o ministro, nos próximos passos, o setor privado será chamado para participar de alguns grupos de trabalho. Ele disse também que é necessária uma regulação internacional para os mercados financeiros, mas afirmou que não há muito o que inventar. "Não vamos inventar a roda na regulação internacional", afirmou em entrevista para jornalistas. Como encaminhamento prático, Mantega citou o estabelecimento de uma data para uma nova reunião do G-20, em 30 de abril, na Inglaterra. Neste ano, o Brasil preside o G-20. Segundo o ministro, até o fim de abril já estarão feitos os trabalhos que foram estabelecidos. "Caberá ao triunvirato que coordena o G-20, constituído pelo Brasil, a Inglaterra e Coréia conduzir os trabalhos técnicos e organizar as equipes entre os países, principalmente a partir dos ministérios da Fazenda para poder encaminhar a questão da regulação. Então, até o final de abril, nós teremos que ter uma proposta para a regulação". Ainda será necessário também ao fim deste prazo a apresentação de uma proposta para dar transparência aos processos de contabilidade. Neste quesito, Mantega citou o mercado de derivativos, que é "intricado". Para isso, o ministro disse que será chamado o setor privado para participar dos trabalhos que vão produzir uma proposta. Entre os avanços conseguidos pelo encontro de hoje, Mantega destacou ainda o fato de o G-20 ganhar importância nas discussões globais, já que o grupo "representa mais os países emergentes do que os países avançados". "Não se trata mais do G-7, mas é o G-20 que está à testa destes trabalhos. Ao longo deste processo, o G-20 se consagrou como o fórum adequado para encaminhar os problemas que estamos discutindo", ponderou. No entanto, Mantega afirmou não acreditar que o G-7 fique esvaziado.

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