O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou hoje, em Belo Horizonte, que por questão de governança, não iria comentar a possibilidade de recrudescimento da inflação, conforme temores de analistas do mercado. Segundo ele, as avaliações do Banco Central com relação à inflação e aos juros farão parte da ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que será divulgada na manhã desta quinta-feira. De qualquer forma, segundo Meirelles, o resultado do PIB no segundo trimestre mostra com clareza os benefícios da estabilidade econômica vivida pelo Brasil. "O Brasil viveu durante muitos anos uma instabilidade econômica e agora vem consolidando a estabilização de preços, o equilíbrio do balanço de pagamentos, a inflação convergindo para meta e adquire condições de crescer a taxas satisfatórias conforme a demanda da população", disse o presidente do BC. Ele concedeu entrevista antes de receber o Prêmio Executivo Nacional, oferecido pelo Instituto Brasileiro dos Executivos de Finanças (Ibef, dentro da programação do XVIII Congresso Nacional de Executivos de Finanças que se realiza na capital mineira). Durante palestra que proferiu no evento, Meirelles sustentou que o Brasil está preparado para crescer em qualquer circunstância, independente da crise financeira que atingiu os Estados Unidos e repercute nos mercados globais. "Até hoje, quando os Estados Unidos pegavam uma gripe, o Brasil pegava uma pneumonia. A nossa meta é chegar em um dia em que os Estados Unidos peguem uma gripe e o Brasil sinta apenas um resfriado. Estamos muito melhor preparados para enfrentar qualquer turbulência do mercado", comentou. Indagado se as conseqüências políticas da absolvição do presidente do Senado, Renan Calheiros, no processo por quebra de decoro, poderiam resultar em dificuldades para a aprovação de projetos de interesse do governo, Meirelles disse esperar que o interesse público seja preservado pelos congressistas.