A Opep está discutindo a possibilidade de ampliar a oferta de petróleo, disse ontem o ministro kuwaitiano do setor, xeque Ahmad al Abdullah Al Sabah. Muitos grupos, no entanto, permanecem céticos, alegando que a oferta global é confortável apesar da interrupção na exportação de petróleo da Líbia.O anúncio dessas discussões, junto com as garantias dadas pela Arábia Saudita de que não faltará petróleo no mundo, bastaram para que o preço do produto recuasse no mercado global, depois de alcançar na segunda-feira seu maior valor desde setembro de 2008. "Estamos em consultas sobre um potencial aumento na produção, mas ainda não decidimos", afirmou o ministro kuwaitiano.Por causa do conflito, cerca de dois terços da oferta de petróleo na Líbia - de 1,6 milhão de barris por dia, ou quase 2% da produção global - caiu.A Opep (cartel dos produtores de petróleo), que há mais de dois anos não alterava formalmente suas políticas, vinha ampliando a oferta nos últimos meses. Ontem, a Arábia Saudita disse ter reservas suficientes para atender à demanda global."O reino tem uma capacidade excedente de 3,5 milhões de barris por dia, o que poderia ajudar a compensar uma eventual escassez", disse o ministro saudita do Petróleo, Ali al Naimi.Já o Irã, que preside a Opep em 2011, minimizou as especulações sobre um aumento na oferta por parte do cartel de produtores. "Não há escassez no mercado", disse à Reuters o representante de Teerã no bloco, Mohammad Ali Khatibi. "Não há necessidade de uma oferta maior. Mas os consumidores estão preocupados, isso é psicológico."A Opep só deve rever sua política em junho. O secretário-geral da entidade, Abdullah al Badri, está sondando os ânimos dos países exportadores sobre a possibilidade de uma reunião extraordinária antecipada, segundo o ministro kuwaitiano.