Mercado cauteloso à espera de acordo com FMI

A atenção dos investidores volta-se para o fechamento do acordo entre o Brasil e o FMI. As expectativas são de que se chegue a um entendimento ainda nesta semana. Contudo, a pressão sobre o câmbio depende ainda da demanda de empresas por dólar para honrar compromissos.

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Por Agencia Estado
Atualização:

O primeiro debate entre os candidatos à Presidência da República, na noite de ontem, parece não ter apontado nenhum grande destaque. As primeiras avaliações do mercado são de que o encontro entre os presidenciáveis foi relativamente equilibrado e, por isso, os analistas preferem aguardar as pesquisas para avaliar melhor possíveis impactos nas atuais posições que cada um dos candidatos detém junto ao eleitorado. Com isso, as negociações em torno do acordo de transição que o Brasil costura junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI) devem seguir como foco principal das atenções do mercado financeiro. E as perspectivas sobre o assunto continuam positivas, o que pode ajudar o mercado a manter o clima de maior tranqüilidade com que encerrou a semana passada. As expectativas são de que Brasil e FMI cheguem a um entendimento ainda nesta semana e, extra-oficialmente, já se fala em cifras, que poderiam atingir US$ 20 bilhões. Os membros da equipe econômica que receberam ontem o secretário do Tesouro norte-americano Paul O´Neill garantem hoje na imprensa que ele apoia o Brasil nas negociações com o Fundo. Por isso, tudo parece caminhar a contento do mercado, nessa questão. Uma queda nas cotações hoje, no entanto, depende mais da demanda, segundo operadores. O mercado sabe que no dia 7 há um vencimento privado de US$ 250 milhões e está aguardando para verificar se essa empresa virá captar recursos para honrar o compromisso. Se isso ocorrer, os operadores avaliam que o dólar pode subir. E nisso, o comportamento dos títulos da dívida, que operam em queda no mercado externo, também contribuiriam. "Se a empresa já se adiantou e, por outro lado, os exportadores voltarem ao mercado com a expectativa de um bom acordo com o FMI, a cotação pode recuar um pouco mais", disse um especialista, acrescentando que hoje é um dia típico em que é necessário ver os primeiros negócios ocorrerem para apostar numa trajetória. No início dos negócios, às 10h09, o dólar comercial estava sendo vendido a R$ 3,0100, estável em relação ao fechamento de sexta-feira. No mercado de juros, os contratos de DI futuro com vencimento em janeiro de 2003, negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), pagavam taxas de 24,600% ao ano, frente a 24,350% ao ano negociados sexta-feira. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) registrava queda de 0,32%.

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