BRASÍLIA - Mal iniciado o segundo mês do ano, o mercado financeiro segue com uma posição desanimadora em relação ao crescimento do País em 2015, que vai beirar mais uma vez a estabilidade, segundo analistas do setor privado. Para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, de acordo com o Relatório de Mercado Focus, divulgado esta manhã pelo Banco Central, a estimativa é de expansão de 0,03% ante taxa de 0,13% apontada no levantamento anterior - essa foi a quinta revisão consecutiva desse indicador. Há quatro semanas, a aposta era de uma alta este ano de 0,50%.
Já para 2016, a expectativa é mais otimista, mas, mesmo assim, passou por deterioração esta semana. A projeção de crescimento de 1,54% da semana anterior foi substituída por uma taxa de 1,50%. Quatro semanas atrás, a mediana das projeções de crescimento do PIB no ano que vem era de 1,80%.
As projeções para o câmbio se mantiveram estáveis, com a cotação do dólar prevista para R$ 2,80 até o fim de 2015, e R$ 2,90 em 2016.
Inflação. O mercado financeiro vê ainda mais distante do que antes a possibilidade de cumprimento da meta de inflação de 4,5% em 2015. De acordo com o documento, a mediana das previsões para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano subiu de 6,69% para 7,01%. Há um mês, a mediana estava em 6,56%.
O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, admitiu que o IPCA subiria nos primeiros meses deste ano, mas avaliou que entraria em um período de declínio mais para frente e encerraria 2016 no centro da meta de 4,5%.
Na pesquisa geral, a mediana das projeções para o IPCA de 2016 foi uma das poucas a não mostrar piora, com projeção 5,60% - o número mostra desaceleração frente o resultado de um mês atrás, quando estava em 5,70%.

Juros. Depois da alta de 0,50 ponto porcentual da Selic promovida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) em janeiro, de acordo com a expectativa majoritária dos analistas, participantes do Relatório Focus praticamente não mexeram em suas projeções para essa variável. A pesquisa do Banco Central revela que a taxa básica de juros terminará o ano em 12,50%. Essa previsão de alta total de 0,75 ponto porcentual em 2015 consta do documento há oito semanas. Para o encerramento de 2016, a mediana das projeções foi mantida em 11,50% pela quinta semana seguida.
Indústria. A produção industrial segue como setor vital para a confecção das previsões para o PIB em 2015 e 2016. No boletim Focus, a mediana das estimativas do mercado para o setor manufatureiro revela uma expectativa de alta de 0,50% para este ano ante 0,69% prevista na semana passada e de 1,04% de quatro semanas atrás.
Para 2016, as apostas de expansão para a indústria seguem em 2,50%, mesmo patamar da semana anterior, porém mais baixo do que o de um mês antes, quando estava em 2,68%. Os economistas mantiveram inalteradas suas estimativas para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB. Para 2015, a mediana das previsões permaneceu em 37,00%, quatro semanas antes esse números estava em 37,30%. No caso de 2016, as expectativas caíram de 37,40% para 37% - no boletim divulgado há um mês a taxa era de 37,90%.