BRASÍLIA - O Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira, 19, traz leve mudança para a projeção de inflação em 2016. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) estimado para este ano passou de 7,36% para 7,34%. Há um mês, estava em 7,31%. Já o índice para o ano que vem permaneceu em 5,12%, mesmo patamar em que já estava há quatro semanas. Pelo documento, as estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB) este ano indicaram retração de 3,15%, ante os 3,18% projetados na semana anterior. Um mês antes, a previsão era de queda de 3,20%.
No dia 9, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a inflação em agosto foi de 0,44%. Houve desaceleração ante a taxa de 0,52% de julho. Em 2016, o IPCA acumula 5,42% e, em 12 meses, a taxa subiu de 8,74% para 8,97% - ainda mais distante da meta de inflação perseguida pelo Banco Central, de 4,5% para este ano, com tolerância de até 2 pontos porcentuais. Para 2017, a meta também é de 4,5%, com margem de 1,5 ponto porcentual.
No relatório Focus, entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do IPCA no médio prazo, denominadas Top 5, as medianas das projeções permaneceram em 7,50%. Para 2017, continuaram em 5,50%. Quatro semanas atrás, as expectativas eram de, respectivamente, 7,51% e 5,25%.
Para 2017, o cenário é mais favorável, com perspectiva de PIB positivo. O mercado previu para o País um crescimento de 1,36% no próximo ano, superior à alta de 1,30% projetada uma semana antes. Há um mês, estava em 1,20%. No segundo trimestre de 2016, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB brasileiro recuou 0,6% ante o primeiro trimestre do ano e teve retração de 3,8% ante o segundo trimestre de 2015. No ano, o PIB acumula baixa de 4,6% e, em 12 meses, recuo de 4,9%.
Em junho, o BC informou no Relatório Trimestral de Inflação que sua estimativa para o PIB deste ano era de retração de 3,3%. No caso de 2017, a projeção do Ministério da Fazenda é de 1,6% de crescimento.
As estimativas para a produção industrial ainda sugerem um cenário difícil. A queda prevista para este ano permaneceu em 5,93%. Para 2017, a projeção de alta da produção industrial continuou em 0,50%. Há um mês, as expectativas para a produção industrial estavam em recuo de 5,95% para 2016 e alta de 1,05% para 2017. Neste ano até julho, conforme o IBGE, a queda acumulada na produção industrial é de 8,7%.
Selic. Ainda sob influência da ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central e dos dados mais recentes de inflação do IBGE, os economistas do mercado financeiro mantiveram suas previsões para a taxa básica de juros neste e no próximo ano. A mediana das expectativas para a Selic em 2016 seguiu em 13,75% ao ano. Já a taxa básica para o fim de 2017 permaneceu em 11,00% ao ano. Há um mês, as projeções também eram de 13,75% e 11,00%, respectivamente.
Na última ata do Copom, o colegiado condicionou o corte de juros a três fatores que "permitam maior confiança no alcance das metas para a inflação": a limitação do choque dos preços dos alimentos, a desinflação de itens do IPCA em velocidade adequada e a redução das incertezas sobre o ajuste fiscal.
No relatório Focus, a Selic média de 2016 seguiu em 14,19% ao ano. Para 2017, continuou em 11,88%. Há um mês, a mediana das taxas médias projetadas para este e o próximo ano eram de 14,16% e 11,84%, nesta ordem.
Câmbio. O documento divulgado pelo Banco Central indicou que a cotação da moeda estará em R$ 3,30 no encerramento de 2016, acima dos R$ 3,25 da projeção da semana anterior. Um mês atrás, também estava em R$ 3,30. O câmbio médio de 2016 passou de R$ 3,44 para R$ 3,45 - um mês antes, estava em R$ 3,43.
Para o fim de 2017, a mediana para o câmbio seguiu em R$ 3,45 de uma divulgação para a outra - quatro semanas atrás já estava em R$ 3,45. Já o câmbio médio de 2017 passou de R$ 3,38 para R$ 3,39 - estava em R$ 3,40 um mês atrás.
Superávit comercial. O Relatório mostra que a estimativa de superávit comercial este ano permaneceu em US$ 50 bilhões, mesmo valor de um mês antes. Na estimativa mais recente do BC, o saldo positivo de 2016 ficará em US$ 50 bilhões. Já o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços prevê um superávit entre US$ 45 bilhões e US$ 50 bilhões em 2016.
Para 2017, as estimativas de superávit comercial foram de US$ 47,55 bilhões para US$ 47,32 bilhões de uma semana para outra - ante US$ 48,40 bilhões de um mês antes.