Mercado: Veja opinião Lehman Brothers

Para economista do banco de investimentos Lehman Brothers, a situação da Argentina tem mais influências sobre o Brasil do que a economia norte-americana. Com isso, o País corre o risco de ter de aumentar os juros.

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Por Agencia Estado
Atualização:

O economista-sênior para a América Latina do banco de investimentos Lehman Brothers, Paulo Vieira da Cunha, acredita que nos próximos meses a economia dos Estados Unidos poderá afetar de forma positiva o Brasil. Trata-se da provável desaceleração suave da economia norte-americana. O mais provável é que os juros nos Estados Unidos atinjam 7,25% em agosto ou setembro. Hoje, as taxas estão em 6,50%. Ele aposta que, em outubro, os indicadores econômicos já deverão mostrar que o banco central norte-americano (Fed) está sendo bem-sucedido na política de frear o nível de atividade e conter pressões inflacionárias. Com isso, a escalada dos juros deve parar, reduzindo as oscilações no mercado internacional. A instabilidade da Argentina tem forte influência sobre o Brasil Mas a melhoria da economia norte-americana pode não ter grandes reflexos no Brasil. Isso se a situação da Argentina tiver peso maior para o País. A Argentina enfrenta dificuldades fiscais. Além disso, há um questionamento sobre o regime cambial. Desde 91, a moeda argentina - peso - vale um dólar. Isso deve fazer com que o país tenha de recorrer a um pacote de ajuda do FMI. Cunha entende que o país vizinho não será obrigado a tomar medidas radicais como desvalorização ou a dolarização. Mas diz que os solavancos que devem atingir a economia argentina tendem a afetar a forma como os investidores estrangeiros vêm o Brasil. Isso pode prejudicar o fluxo de recursos para o País e pressionar o câmbio. O Banco Central teria que manter ou mesmo a aumentar os juros para atrair capital estrangeiro. Nesse caso, as perspectivas de crescimento da economia para este ano e, principalmente, para o ano que vem ficariam comprometidas.

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