Os mercados ontem interromperam uma seqüência de mais de duas semanas de recuperação nas cotações e esperam novas definições para reavaliar os patamares dos negócios. Mas hoje voltam a ganhar destaque os mercados norte-americanos, que reagem aos resultados da reunião do Fed - banco central dos EUA - e das eleições legislativas realizadas ontem. Espera-se que o Fed reduza o juro básico de 1,75% para 1,5% ao ano, o que equivale a uma taxa de juro real (descontada a inflação) muito próxima de zero, medida já antecipada nas cotações das bolsas. Por um lado, o corte pode estimular um pouco mais o consumo e os investimentos, mas nesse nível o efeito não tende a ser grande, pois os juros estão no nível mais baixo dos últimos 40 anos. Por outro lado, ela confirma as avaliações de que o crescimento econômico ainda não tem firmeza e a ameaça de recessão na maior economia mundial continua existindo. Essa aliás, é a principal causa da redução no volume de crédito e investimentos externos no Brasil. Internamente, os principais avanços ainda estão ligados ao novo governo. O efeito positivo dos pronunciamentos da cúpula petista em favor de políticas econômicas responsáveis parece estar se esgotando. Agora, os investidores observam o resultado das votações no Congresso, nomeações da equipe definitiva de governo e pronunciamentos sobre temas centrais na economia. Mas o sucesso na negociação das presidências da Câmara e do Senado com o PMDB, a votação das primeiras Medidas Provisórias ontem para desobstruir a pauta e a indicação dos principais nomes da equipe de transição agradaram, sem afetar os negócios. Ao menos o governo eleito dá os primeiros sinais, ainda que muito preliminares, de governabilidade e coerência com o discurso mais responsável. Mas o teste mesmo só ocorrerá mais adiante, o que traz os investidores, ao menos momentaneamente, a um clima de espera e mais cautela. Mercados O dólar comercial foi vendido a R$ 3,5250 nos últimos negócios do dia, em baixa de 0,42% em relação às últimas operações de ontem. No mercado de juros, os contratos de DI futuro com vencimento em janeiro de 2003 negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros pagam taxas de 22,630% ao ano, frente a 22,720% ao ano ontem. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em queda de 0,51% em 9861 pontos. O Dow Jones - Índice que mede a variação das ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - fechou em alta de 1,24% (a 8678,3 pontos), e a Nasdaq - bolsa que negocia ações de empresas de alta tecnologia e informática em Nova York - subiu 0,33% (a 1401,17 pontos). O euro era negociado a US$ 0,9997; uma alta de 0,22%. Na Argentina, o índice Merval, da Bolsa de Valores de Buenos Aires, fechou em alta de 0,09% (425,15 pontos). O dólar oficial para venda fechou em $ 3,45 pesos. Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.
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