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Mercados estáveis em cotações pré-colapso

As cotações nos mercados parecem estar mais estáveis, apesar das oscilações num ponto em que a expectativa de colapso argentino é muito grande. O dólar ainda pode subir se a ruptura se concretizar, mas não muito.

Por Agencia Estado
Atualização:

As cotações nos mercados brasileiras parecem estar se acomodando em patamares muito pessimistas, embutindo nos preços o alto risco de uma quebra iminente da Argentina. Isso significa uma moratória da dívida e uma desvalorização cambial, que fará disparar o valor em peso da maior parte das dívidas do país. Se essa hipótese se concretizar, as cotações ainda podem sofrer mais, mas analistas não acreditam que o dólar, por exemplo, suba muito mais. O comercial não ficaria acima de R$ 3,00 num primeiro momento, recuando conforme a situação for se estabilizando. Os sinais da Argentina estão cada vez mais preocupantes. O risco país passa de 1650 pontos, a taxa do overnight em peso, que estava em 16% na sexta-feira, já alcança 250% ao ano e o volume de saques nos bancos é alto, embora ainda controlado. Estima-se que os correntistas tenham sacado cerca de US$ 200 milhões diariamente nessa semana. O movimento é grande para converter depósitos de peso para dólar e para saques e câmbio em espécie. Tanto os juros altos, como saques para compra de moeda estrangeira em grandes volumes são elementos de pressão no sistema financeiro, podendo se tornar insustentáveis. Governo argentino tenta últimos recursos O governo argentino toma as últimas medidas para ganhar tempo para estabilizar a crise econômica e promover a retomada do crescimento. A estratégia seria de zerar o déficit para eliminar as captações de recursos no mercado e continuar honrando as obrigações externas. Assim, a credibilidade nos mercados voltaria lentamente e os juros cairiam. Com o crédito mais barato, a economia voltaria a crescer e tudo estaria resolvido. O problema é que ninguém acredita que os drásticos cortes de despesa em todas as esferas de governo possa ser implementado politicamente, especialmente às vésperas das eleições parlamentares de outubro. Empréstimos emergenciais parecem fora de questão, mesmo para governos estrangeiros e instituições internacionais. E mesmo que o plano desse certo, o peso atrelado ao dólar está claramente sobrevalorizado, o que prejudica a competitividade dos produtos argentinos, emperrando a economia. Números dos mercados Às 15h00, o dólar comercial para venda estava cotado em R$ 2,5470, com queda de 0,24%. Os contratos de juros de DI a termo - que indicam a taxa prefixada para títulos com período de um ano -pagavam juros de 26,800% ao ano, frente a 26,950% ao ano ontem. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) operava em alta de 0,63%. O índice Merval da Bolsa de Valores de Buenos Aires apontava em queda de 5,60%. Nos Estados Unidos, o Dow Jones - Índice que mede a variação das ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - estava em queda de 0,42%e a Nasdaq - bolsa que negocia ações de empresas de alta tecnologia e informática em Nova York - operava em queda de 0,65%. Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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