PUBLICIDADE

Publicidade

Mercados: pessimismo prossegue

A privatização do Banestado não foi suficiente para contrabalançar os efeitos das más notícias internacionais. Houve um ataque especulativo contra o peso argentino e fortes quedas nas bolsas norte-americanas.

Por Agencia Estado
Atualização:

A contradição entre o bom cenário interno e o pessimismo gerado por notícias internacionais continua. E, como vem acontecendo nas últimas semanas, a estabilidade interna e as boas notícias só tem sido suficientes para moderar e disciplinar as quedas na Bolsa e altas nos juros e no dólar. A boa notícia do dia foi a privatização do Banestado, vendido pelo governo do Estado do Paraná ao Itaú com ágio de 303%. Como o governo estadual definiu que usará os recursos para abater sua dívida com o governo federal, o impacto nas contas públicas será positivo. Além disso, o preço final alcançado traz boas perspectivas para a privatização do Banespa, marcada para 20 de novembro. Más notícias do exterior sustentam pessimismo Porém, as más notícias do exterior prevaleceram. O destaque foi para a queda nas cotações do peso argentino no mercado de câmbio futuro, em função de um ataque especulativo. Uma das causas para isso foi a greve dos produtores rurais argentinos, que chegou a bloquear a rodovia ligando Buenos Aires a São Paulo. Como o peso é atrelado ao dólar e a situação do país, tanto econômica quanto politicamente, é delicada, o sinal é bastante negativo. A questão é que, como muitos investidores estrangeiros mantém carteiras com papéis de vário países da mesma região, problemas na Argentina impactam diretamente em países como Brasil, México e Chile. Nos Estados Unidos, a temporada de divulgação de balanços das empresas ainda não acabou, levando as bolsas a muitas oscilações. A tendência geral, porém, tem sido de queda, devido à desaceleração da economia norte-americana, que tem prejudicado o faturamento e os lucros das empresas. O Dow Jones - Índice que mede as ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - fechou em queda de 1,46%, e a Nasdaq - bolsa que negocia ações de empresas de alta tecnologia e informática em Nova York - fechou em queda de 2,32%. No Oriente Médio, o acordo de cessar-fogo selado entre palestinos e israelenses ajudou a estabilizar os preços do petróleo. Em Londres, os negócios com o petróleo bruto do tipo Brent para entrega em novembro fecharam estáveis a US$ 31,90 por barril. De qualquer modo, os mercados permanecem atentos aos desdobramentos da crise, já que os conflitos podem vir a envolver países produtores da região. Hoje, o Iraque conclamou os países árabes a se unirem em uma guerra santa contra Israel. Fechamento dos mercados no Brasil Com as quedas da Nasdaq e Dow Jones, petróleo em patamares elevados, e ataques especulativos contra a Argentina, os mercados no Brasil reagiram mal. A Bovespa - Bolsa de Valores de São Paulo - fechou em queda de 2,43% e dólar fechou em R$ 1,8720, com alta de 0,32%. Os contratos de juros de DI a termo - que indicam a taxa prefixada para títulos com período de um ano - fecharam o dia pagando juros de 17,280% ao ano, frente a 17,110% ao ano ontem. Quanto aos juros, o consenso no mercado é que a reunião de hoje e amanhã do Comitê de Política Monetária (Copom) deve sustentar os juros nos atuais patamares. A Selic, taxa básica referencial da economia, deve permanecer em 16,5% ao ano. O resultado da reunião deve ser divulgado amanhã no final da tarde.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.