Bolsas europeias caem com tensão no Egito e cautela antes do BCE

Investidores procuraram reduzir a exposição a ativos de maior risco em meio à tensão geopolítica no Norte da África

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Por Danielle Chaves e da Agência Estado

 

As bolsas europeias recuam, à medida que os investidores procuraram reduzir a exposição a ativos de maior risco em meio à tensão geopolítica no Norte da África. A cautela antes da decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), hoje, e dos dados sobre o mercado de trabalho dos EUA, amanhã, colaboram para o tom negativo.

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As preocupações com a situação do Egito retomaram força desde ontem, quando manifestantes da oposição - insatisfeitos com a promessa do presidente Hosni Mubarak de não se candidatar à reeleição neste ano - entraram em choque com partidários do governo. A violência no Cairo aumentou no começo desta manhã, quando tiros foram disparados na direção dos manifestantes. O Ministério da Saúde afirmou à televisão estatal que cinco pessoas foram mortas e 836 ficaram feridas desde que as manifestações se tornaram violentas ontem.

E a turbulência se espalha pela região. Hoje dezenas de milhares de pessoas se reuniram na universidade de Sanaa, no Iêmen, para "um dia de ira" contra o presidente Ali Abdullah Saleh, enquanto um número parecido de partidários do governo marcharam em direção a uma praça no centro da cidade para manifestar apoio ao presidente, segundo informações da agência AFP.

"A situação no Egito representa um potencial risco econômico", afirmou Ric Spooner, estrategista do CMC Markets em Sydney. "Nesse momento não está claro qual forma terá um governo de transição nem se haverá interrupção no abastecimento de petróleo e gás ou implicações para a estabilidade regional", comentou. As ações de empresas ligadas ao setor de petróleo lideram as quedas nas bolsas europeias. Às 8h15 (de Brasília), BP caía 0,95% em Londres.

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Para agravar a situação, o resultado trimestral da Royal Dutch Shell decepcionou. A companhia caía 3,27% depois de informar que seus ganhos excluindo os custos correntes dos suprimentos - dado que elimina lucros ou perdas com estoques e outros itens não operacionais - subiu para US$ 4,11 bilhões no quarto trimestre de 2010, de US$ 2,77 bilhões no mesmo período de 2009. Apesar do avanço, o resultado ficou abaixo das estimativas dos economistas consultados pela Dow Jones de lucro de US$ 4,74 bilhões.

Os indicadores divulgados na Europa nesta manhã também não ajudaram muito. Embora o índice de atividade dos gerentes de compra (PMI, na sigla em inglês) composto da zona do euro tenha subido para 57,0 em janeiro, o maior nível em nove meses, as vendas no varejo tiveram a primeira queda anual desde novembro de 2009. Agora os investidores vão aguardar a decisão de política monetária do BCE, às 10h45 (de Brasília) e indicadores sobre a economia dos EUA, a partir das 11h30.

Às 9h08 (de Brasília), Londres caía 0,35%, Paris recuava 1,04% e Frankfurt cedia 0,08%, enquanto o euro tinha queda para US$ 1,3784, de US$ 1,3810 no fim da tarde de ontem, e o dólar avançava para 81,73 ienes, de 81,55 ienes ontem.

Entre as commodities, o cobre atingiu o recorde de US$ 10 mil por tonelada na London Metal Exchange (LME) e, no horário citado, o contrato para março negociado na Comex subia 0,31%, para US$ 4,5580 por libra-peso. O petróleo Brent superou US$ 103 por barril e, no mesmo horário, o contrato para março do petróleo WTI negociado na Nymex subia 1,22%, a US$ 91,97 por barril. As informações são da Dow Jones. 

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