A Bolsa de Valores de São Paulo voltou a subir hoje e finalmente terminou de recuperar as perdas sofridas desde o dia 27 de fevereiro, quando o tombo de 8,9% da Bolsa da China impulsionou quedas nos mercados financeiros de todo o mundo. Hoje, o Ibovespa, principal índice da Bolsa paulista, avançou 1,51%, para 46.288 pontos. Na véspera da queda das ações em Xangai, o índice havia fechado aos 46.207 pontos. Com o resultado de hoje, a Bovespa volta a se aproximar de seu nível recorde de fechamento, de 46.452 pontos, registrado no dia 22 de fevereiro. Na máxima desta terça-feira, o Ibovespa chegou a superar este nível, avançando 1,94%, para 46.481 pontos, mas a valorização das ações incentivou alguns investidores a venderem papéis para embolsarem os lucros do dia, e por isso o ganho do índice diminuiu, impossibilitando que o recorde fosse batido. O que permitiu esse movimento positivo do mercado acionário brasileiro foi o desempenho firme das bolsas norte-americanas. O índice Dow Jones, das ações de primeira linha da Bolsa de Nova York, fechou em alta de 1,03% (dado preliminar). O otimismo dos investidores se explica pelo surgimento de sinais de que a tensão entre Irã e Reino Unido está se dissipando, o que a uma queda nas cotações do petróleo. A expectativa de uma solução diplomática para o impasse entre os dois países em torno dos 15 marinheiros e fuzileiros capturados pelo governo de Teerã fez com que o preço do óleo caísse 1,97% em Nova York. Mas o bom humor não se ateve às ações. O risco Brasil, que mede o grau de desconfiança dos investidores na economia brasileira, operava durante a tarde no menor nível de sua história, aos 163 pontos-base (queda de 4 pontos sobre o fechamento de ontem), mesmo nível do risco dos países emergentes no momento. A queda do risco-País aponta para um maior número de estrangeiros investindo no Brasil. O volume negociado na Bovespa também foi um indicativo, pois totalizou hoje R$ 4,52 bilhões, bastante acima dos cerca de R$ 3 bilhões dos últimos dias.