A procura por imóveis comerciais registrou aumento nos três primeiros meses de 2006, movimentação que resultou numa queda da taxa de vacância para 19,65% no período e que representa uma redução de 3,8% em relação ao mesmo período de 2005. Na comparação com o trimestre anterior, a queda é de 1,42%. Os dados foram divulgados hoje pela consultoria Jones Lang LaSalle. O estudo constatou também que a absorção líquida (espaço ocupado de um período menos o ocupado no período anterior) somou 40 mil metros quadrados, superior em três vezes ao volume absorvido no mesmo período de 2005 e 7,5 mil metros quadrados a mais que no último trimestre de 2006. As regiões mais procuradas em São Paulo pelas empresas nos três primeiros meses deste ano foram as da Berrini, com 25% de absorção líquida; Alphaville, 17% e Barra Funda, 18%. O preço médio por metro quadrado para locação caiu de R$ 46,00 para R$ 43,00. Segundo a consultoria, a queda reflete diretamente a absorção de espaços mais caros, porque depois de alugados são excluídos da média. A região da Marginal Pinheiros foi a que registrou a maior redução de preços - 17%, de R$ 35,00 para R$ 29,00 o m². Em Alphaville e na Berrini os preços subiram 9%. O estudo da Jones Lang LaSalle destaca ainda que depois de três anos consecutivos com baixa na ocupação dos espaços classificados como AA e A, a região da Faria Lima reagiu e as taxas de vacância desses edifícios já se aproximam à de outras boas áreas da capital - Vila Olímpia, Marginal Pinheiros e Alphaville -, de 28%, em média. Segundo o estudo, nos últimos anos, a região da Faria Lima chegou a registrar elevadas taxas de vacância em seus edifícios comerciais, sobretudo nos de alto padrão. Em 2002, a região registrou um índice de 29,72% e em 2003 de 44,57%. Em 2004, a taxa teve redução de 2,7%, mas em 2005 caiu 11,6%. "Entre 2002 e 2003, o estoque duplicou na região e essa enorme oferta demorou a ser absorvida", resume em nota a presidente da Jones Lang LaSalle Brasil, Sandra Ralston. Segundo a executiva, até o final do ano, a região da Faria Lima terá taxa de vacância no patamar próximo à média atual da capital paulista, da ordem de 21%, mas com valor médio de locação até 20% maior. A consultoria lembra que o início do desenvolvimento imobiliário da Faria Lima começou na década de 1980, impulsionado pelo estoque voltado a profissionais liberais, com lajes menores e pequenos conjuntos. Sua proximidade com a avenida Paulista, maior centro financeiro da América Latina, atraiu os bancos de investimentos e consolidou a avenida como uma das mais promissoras regiões para abrigar escritórios corporativos.