Rápida e fortemente, o contrato de dólar com vencimento em 1º de julho, que passou a maior parte do pregão desta quarta-feira em alta, inverteu o rumo, passou ao negativo e estabilizou-se. O movimento ocorreu pouco antes das 16h00 e não foi acompanhado pelo mercado à vista, que encerrou o dia em R$ 2,063 (+0,63%) no balcão e R$ 2,064 (+0,84%) na BM&F. Já o dólar julho, às 17h08, estava em R$ 2,070, com queda de 0,17%, depois de ter batido máxima de R$ 2,079. O descompasso, de acordo com os operadores, deu-se devido à falta de liquidez do mercado à vista no horário.Segundo analistas, a guinada no comportamento das cotações do dólar foi especulativa e coincidiu com a divulgação de um comunicado do Banco Central, que o mercado acreditou inicialmente ser um anúncio de leilão de swap cambial. Porém, isso não se confirmou. Um operador de derivativos explicou que existem instituições operando com robôs, que disparam ordens de compra e venda de dólares ao identificarem palavras chaves no site do BC. "O robô captou a palavra comunicado e disparou ordens de venda. Mas o comunicado não dizia respeito a leilão", afirmou.Um outro experiente profissional concordou que a oscilação brusca das taxas de câmbio estiveram associadas às expectativas de atuações do Banco Central e foi além. Para ele, o mercado espera que as intervenções da autoridade monetária adquiram outras formas, como leilões de dólar no mercado à vista e a retirada do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e, com base nessa expectativa, está havendo uma disputa entre os investidores e o BC para acelerar as mudanças. Esse especialista acredita, no entanto, que nada deve ser alterado antes das eleições gregas, marcadas para domingo.A pressão de alta que prevaleceu no mercado à vista até o fechamento também fez parte dessa queda de braço que o mercado mantém com o Banco Central e ignorou o comportamento da moeda norte-americana no exterior. Lá fora, o aumento das expectativas de que novas medidas de estímulo monetário serão adotadas nos Estados Unidos e a percepção de que o Banco Central Europeu estaria começando a costurar a união bancária da zona do euro roubaram força do dólar nesta terça-feira.