Sob impacto do IOF maior a estrangeiros e na expectativa por novas medidas cambiais, o dólar no mercado doméstico encerrou a semana acima de R$ 1,70. O dólar comercial encerrou a sexta-feira em alta de 0,65% a R$ 1,706 no mercado interbancário de câmbio. No mês, a divisa registra alta de 0,83% e no ano queda de 2,12%. Na BM&F, a divisa fechou com ganho de 0,59% a R$ 1,7065. O euro comercial subiu 0,72% a R$ 2,377. Em entrevista à Agência Estado, o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, disse que o Tesouro "não vai sancionar aumento de juros da ponta longa" da curva de taxas futuras, e que o governo está "guardando" o uso do Fundo Soberano do Brasil (FSB) no mercado de câmbio para quando for necessária uma demonstração de mais força e ainda destacou que o governo tem uma "grande quantidade" de medidas em estudo, que poderão ser lançadas a qualquer momento. "É uma análise do dia a dia. Depende do que precisa", afirmou.Um operador de tesouraria de um banco disse que a afirmação de Augustin de que o governo tem uma "grande quantidade" de medidas em estudo e que poderão ser lançadas a qualquer momento também ajudou a manter os investidores na defensiva. Segundo o secretário, o FSB é uma carta na manga que pode ser usada a qualquer momento, conforme a situação do mercado de câmbio exigir. "Estamos guardando esse instrumento porque essa é uma guerra de médio e longo prazo, que não acaba amanhã. Estamos trabalhando com vários mecanismos", disse Augustin. "Nós vamos entrar quando achar que é o caso, é um sinal de força adicional. É uma reserva. Nessa questão do câmbio, o outro lado tem que enxergar a força do governo", acrescentou. Ele disse que o governo estuda editar uma Medida Provisória que permite ao Tesouro emitir títulos para a carteira do Fundo. "Fazer uma MP é uma coisa simples", garantiu. Além disso, a ação do Ministério da Fazenda elevando o IOF a estrangeiros por duas vezes em um período de duas semanas deixou o mercado inseguro e os comentários nas mesas de operação dão conta de que o governo pode vir a elevar novamente o imposto. "As ausências do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, na reunião de ministros e presidentes de bancos centrais do G-20 na Coreia do Sul levantaram suspeitas entre os investidores de que o governo brasileiro pode vir a lançar novas medidas a qualquer momento", afirmou um operador de uma corretora. "Na dúvida, os investidores reforçam compras de dólares, pressionando as cotações", afirmou. Os operadores consultados afirmaram que não esperam que o G-20 chegue a um consenso sobre os desequilíbrios cambiais no globo.Nos dois leilões de hoje, o Banco Central fixou a taxa de corte na compra de dólares em R$ 1,6956 na primeira atuação, e em R$ 1,7054 na segunda, quando o dólar à vista estava sob pressão das declarações de Augustin.Câmbio turismo Nas operações de câmbio turismo, o dólar fechou em queda de 1,34% e foi negociado em média à R$ 1,763 na ponta de venda e a R$ 1,637 na compra. O euro turismo fechou com perda de 0,81% a R$ 2,457 (venda) e R$ 2,263 (compra).
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