Dólar só voltaria aos R$ 3 com crise internacional, diz economista

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Por Agencia Estado
Atualização:

O real valorizado parece que veio para ficar. Na avaliação feita ao jornal O Estado de S. Paulo pelo professor de Economia Márcio Garcia, da PUC-Rio, o dólar não deve voltar mais ao patamar de R$ 3, a não ser que haja uma crise internacional, o que não está no cenário principal com o qual trabalha. Ele estima que, se a taxa de juros Selic baixasse, "num passe de mágica", para 10%, o dólar "não subiria acima de R$ 2,30". As medidas para o câmbio não deveriam estar todas concentradas no Banco Central, segundo o especialista. Inclusive porque a principal causa da valorização do real é o superávit comercial. "Querer que o Banco Central faça todo o serviço é impossível", afirma. O economista defende a abertura da economia, a diminuição dos gastos públicos para baixar a carga tributária e a redução mais rápida da taxa de juros que, diz, ficaria mais fácil com essas outras providências. O economista aponta o capital que busca ganhar com a diferença entre as taxas de juros internas e externas como causa adicional para o atual nível do câmbio. Esse dinheiro é responsável por parte significativa das reservas internacionais, acredita. "Enquanto a perspectiva da economia brasileira estiver boa e a estabilidade do câmbio estiver grande, ganhar dinheiro com esse diferencial de juros é tirar doce de criança", disse Garcia. O Banco Central tem a intenção de atuar contra esse tipo de capital e foi nesse sentido, de acordo com o economista, que informou na sexta-feira passada que não avisará quando for atuar no mercado de dólar futuro. Garcia tem dúvidas, porém, sobre a eficácia desse tipo de medida.O professor entende que a melhor providência contra esse tipo de dinheiro seria a redução mais rápida dos juros.

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