A queda do preço das commodities no mercado internacional derruba ações de empresas de petróleo, mineração e siderurgia, levando para baixo também o Ibovespa, que perdeu os 67 mil pontos. Além do cenário externo desfavorável, a bolsa brasileira sofre com a proximidade do vencimento de opções sobre o Ibovespa e contratos do Ibovespa Futuro, amanhã. Gol é um dos destaques de alta, após divulgar seus dados operacionais de março.
Às 12h04, o Ibovespa registrava perdas de 1,90%, aos 66.870 pontos, após ter alcançado a mínima de 66.820 pontos (-1,97%). O giro financeiro era de R$ 2,36 bilhões, com projeção para alcançar R$ 8,34 bilhões no encerramento do dia. Em Nova York, o Dow Jones operava em baixa de 1,14%, enquanto o S&P recuava 1,08%.
Operadores citam o agravamento da situação do Japão, que elevou o alerta nuclear no país ao mesmo nível do de Chernobyl, em 1986. Eles explicam que a debilitada situação japonesa eleva as preocupações com a recuperação da economia mundial. Relatório do Goldman Sachs retirando a recomendação para compras de petróleo bruto, algodão e cobre também contribui para a queda das commodities do mercado internacional.
A ações da Petrobrás figuram entre as maiores baixas do Ibovespa, em meio à queda dos preços do petróleo. Há pouco, a ação ON da estatal recuava 2,98% e a PN cedia 3,29%. A cotação do óleo cedia cerca de 3,80%, a US$ 105,80 o barril na Nymex eletrônica.
Outras empresas do setor também operam com perdas: OGX (-1,61%), HRT (-2,22%) e a novata QGEP, do grupo Queiroz Galvão, (-2,71%).
Vale e siderúrgicas
Vale PNA recua 1,84% e ON cede 2,22%. Entre as siderúrgicas, Usiminas ON recua 3,18%, entre as maiores baixas do Ibovespa, enquanto Usiminas PNA (-2,31%), Gerdau (-2,19%), Gerdau Metalúrgica (-2,19%) e CSN (-1,78%). Em relatório divulgado hoje, os analistas Leonardo Correa e Renato Antunes, do Barclays Capital, recomendam cautela com os papéis do setor. A estagnação dos preços do aço no mercado internacional, a apreciação do real frente ao dólar e a continuidade da pressão nos custos são alguns dos fatores citados pelos profissionais no documento. Outra empresa do setor, a MMX, perde 2,14%.
Também figuram entre as mais expressivas baixas do Ibovespa Brookfield (-3,51%), CCR (-3,15%), Gafisa (-3,09%), ALL (-2,92%) e Rossi (-2,81%).
Gol
Em meio à onda de aversão ao risco instalada nos mercados, Gol se destaca com alta de 0,34%, entre as poucas valorizações do Ibovespa. A empresa divulgou ontem seus dados operacionais de março. Outra companhia do setor, a TAM, recua 1,16%.
A Gol registrou aumento de 19,6% na demanda total em março ante igual mês do ano passado. O mercado doméstico apresentou crescimento de 17,7% no mês passado em relação a março de 2010. Na comparação com fevereiro, houve aumento de 12,3% devido ao maior número de dias operados entre os meses (28 dias em fevereiro e 31 dias em março).
Na lista de altas do índice aparecem ainda CPFL (+0,93%), OI (TNLP) ON (+0,86%) e Lojas Renner (+0,11%).