A expectativa pelo desfecho da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central mexeu um pouco com o mercado de juros hoje. Alguns investidores se aventuraram a buscar uma aposta alternativa à majoritária, de que a Selic (juro básico da economia, atualmente em 12,75% ao ano) vai cair 0,25 ponto porcentual. A avaliação predominante entre os profissionais do mercado é de que as últimas atas do Copom impedem o BC de mudar o ritmo de corte de juros, mesmo que a inflação venha mostrando alívio. Além disso, alguns deles enxergam nos números positivos sobre atividade econômica um argumento para o BC continuar parcimonioso. O contrato de depósito interfinanceiro (DI) com vencimento em julho de 2007, o mais negociado hoje, fechou com taxa de 12,27% ao ano, ante juros de 12,29% ao ano projetados no encerramento dos negócios ontem. O juro do DI para janeiro de 2009, o contrato tradicionalmente mais líquido, recuou para 11,39%, de 11,44% ontem. O volume maior de negócios nesse DI, totalizando 392 mil contratos (ante 166 mil do DI para 2009), confirma que houve uma corrida de última hora para a tentativa de se lucrar com uma queda de meio ponto na Selic - decisão possível, mas improvável. Mas o número de negócios pequeno, apenas 110 (contra 503 do DI para 2009), indica que essa aposta na "zebra" foi uma opção de poucos, provavelmente grandes investidores. (Os dados são preliminares.) Já o grau de recuo da taxa para 2009 surpreendeu operadores consultados pela Agência Estado, que não conseguiam entender com clareza este movimento, acentuado perto do fim dos negócios, mas vários deles comentaram que circulam entre as mesas de operação rumores de que o Brasil estaria prestes a receber uma melhora no seu rating (nota) por agências de classificação de risco. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, esteve em Nova York esta semana reunido com executivos das agências Fitch, Moody´s e Standard & Poor´s para discutir a melhora dos fundamentos da economia brasileira, o que alimenta os boatos de uma elevação no rating soberano.