O discurso ontem do ministro Palocci a empresários não eliminou a dúvida sobre a sua permanência no governo, e os indicadores americanos parecem contraditórios quanto ao ritmo da economia. Com essas incertezas, os juros futuros projetaram alta. Mas o dólar fechou em queda de 0,09% para R$ 2,16, na roda da BM&F, e de 0,37%, para R$ 2,154, no balcão, enquanto o paralelo recuou 0,44%, para R$ 2,267. O Ibovespa oscilou muito mas valorizou-se 0,28%, o risco país subiu 0,87%, para 232 pontos, e o A-Bond ganhou 0,35%, vendido com ágio de 9,70%. "Ficou tudo na mesma. Palocci não disse nada que indicasse que continuará no cargo. Portanto, o desconforto continua", comentou um operador, a respeito do discurso do ministro da Fazenda. Esse clima abre espaço para a boataria. O IPCA-15 de março veio em linha com as expectativas, mas como o foco, neste momento, não está na inflação, o dado não provocou reação nos investidores. Os juros futuros subiram, inclusive no curto prazo. E nos contratos mais longos, a liquidez segue firme. O contrato de janeiro de 2008 projetou taxa de 14,75% ao ano, contra 14,68% na véspera. O recuo dos juros pagos pelos títulos do Tesouro americano em reação à queda acima do esperado das vendas de imóveis novos em fevereiro, nos EUA, trouxe alívio apenas momentâneo ao mercado cambial, já que a fala de Palocci não dissipou as incertezas sobre a sua permanência. O Banco Central informou que não fará leilão de swap cambial reverso segunda-feira, pelo 14.º dia consecutivo. O mercado de ações pisou no freio, preferindo não adotar posições firmes na véspera do fim de semana e a poucos dias da reunião do Federal Reserve.O giro financeiro caiu para R$ 1,584 bilhão. Em Nova York, o Índice Dow Jones subiu 0,09%, a Nasdaq 0,55% e o S&P 500 avançou 0,10%.
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