A inflação em 2008 deve desacelerar para 4% em 2008, na estimativa do economista Flávio Serrano, da corretora López León. Serrano acredita que os alimentos irão pressionar menos os preços em 2008, servindo quase de contraponto à pressão que virá de preços administrados, que foram um ponto de alívio para os preços em 2007, e serviços. - Ouça entrevista com Flávio Serrano O economista avalia que a inflação não deve subir a ponto de obrigar o Copom a elevar os juros este ano, embora esta possibilidade não esteja descartada, se a atividade se mantiver demasiadamente aquecida ou o cenário externo muito "conturbado". "Mas se tivermos um quadro mais estável, é possível que em junho o Copom comece a cortar juros, chegando a 10,5% no fim do ano", comentou. Já a indústria, segundo ele, depois da queda de 1,8% em novembro ante outubro, deve voltar ao terreno positivo no resultado de dezembro e seguir forte ao longo de 2008. Segundo ele, o ajuste de novembro era esperado. "Os dados mostram que a indústria continua em expansão", salientou. A produção industrial de novembro teve alta de 6% no acumulado do ano até novembro. Serrano espera um crescimento de 0,4%, na margem, da indústria em dezembro e de 6,5% ante dezembro de 2006. "A indústria deve reagir", disse. A estimativa para 2007 é de crescimento de 6% e de 5% para 2008, com "menor impulso de demanda agregada". Segundo o economista, a renda e o crédito devem ter crescimentos menores, mas ainda robustos em 2008. Serrano observou ainda que o aumento do IOF "não deve impedir que o crédito siga em expansão". Serrano disse também que os investimentos, que foram o principal ponto positivo de desempenho da indústria, devem seguir crescendo, ainda que em ritmo mais moderado que em 2007.